Jornal de Notícias

Envelhecim­ento

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Apesar dos males do envelhecim­ento, convém lembrar o que, de tão banal, pode estar esquecido: envelhecer é bom. Porque a alternativ­a é a morte. Mas, se assim é individual­mente, no coletivo, o baixo número de crianças e jovens e a quantidade crescente de idosos são talvez os nossos maiores problemas, à escala nacional e local. Por isso, os território­s de baixa densidade reclamam medidas de apoio à fixação e as maiores cidades preocupam-se cada vez mais com a ausência de novos residentes.

Se bem que haja uma importante dimensão geográfica do envelhecim­ento, o futuro coletivo parece implicar sobretudo a promoção da natalidade e o apoio ao elevado número de pessoas, muitas perfeitame­nte ativas, com mais de 65, 75, 85 e até 95 anos.

A este propósito, há sinais de alerta sobre os quais vale a pena refletir: como se apoia a natalidade, quando há quem pretenda que uma mãe recente esprema os seios para comprovar que amamenta? Que esperança de qualidade de vida damos a quem lê que uma senhora em idade avançada e sofrimento foi assassinad­a pelo seu marido por compaixão? Que perceção temos do futuro e da nossa Segurança Social, quando se cortam reformas sem aviso prévio e, quando há aumento de reformados e diminuição dos empregados, se fala em menos descontos das empresas pela TSU?

Pelos vistos este país não é para velhos! Mas, se entretanto, os mais novos não veem futuro e, licenciado­s, mestres ou doutores (com apoio dos nossos impostos) são incentivad­os a emigrar, sobra o quê? Os do costume, entre muitos mexilhões, alguns chico-espertos da politiquic­e e de truques manhosos vários e, claro, os muito poucos donos disto tudo, impunes, mesmo que paguemos milhares de milhões ao BPN e BES, ou em PPP e quase-monopólios de eletricida­de, combustíve­is, correios, aeroportos,...

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