Alunos desenham casa para Capicua
Desenhar a casa da ‘rapper’ Capicua. Sim. Foi certamente inusitada a aula de ontem dos alunos do curso de Arquitetura da Universidade Lusíada, no Porto. Os estudantes materializam anualmente a maqueta de uma casa para um convidado mediático, como se de um cliente real se tratasse. Nos anos anteriores, os convidados foram Eduardo Souto de Moura, Siza Vieira, Pedro Abrunhosa e Manuel Graça Dias.
“Quero uma casa simples, com um grande jardim, um forno de lenha e um quarto no sótão”, foram estas algumas das características ditas pela artista Capicua (nome de batismo: Ana Fernandes) aos jovens. Enquanto ia especificando os detalhes da casa fictícia, os alunos interagiam, atentos, sobre o que seria ideal para as maquetes, como as cores das paredes, os materiais de apreço da cantora ou quantos quartos haveria entre as divisões da habitação. “Não quero aquelas salas de estar como nas novelas portuguesas, em que somos surpreendidos por alguém nas costas do sofá”, gracejava a ‘rapper’.
Ao JN, mencionou “o enorme respeito” pela arquitetura como “arte funcional”. “Tanto a música como a arquitetura são úteis, mas a diferença é que a arquitetura é mais funcional. Não se pode viver num disco como numa casa”, afirmou a artista portuense. “É uma experiência diferente. Dá-nos motivação”, confidenciou um dos alunos, Sandro Leite, de 19 anos. “Noutras universidades, não se veem estes projetos. É como se já fôssemos arquitetos”, contou Joana Rita, de 18 anos.