Jornal de Notícias

Pena de prisão suspensa para ex-edil

Albergaria-a-Velha João Agostinho e um ex-vereador seu condenados por lesar Câmara em 50 mil euros

- Salomé Filipe policia@jn.pt

João Agostinho, ex-presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, e Laerte Pinto, ex-vereador da mesma Autarquia, foram condenados, ontem, a dois anos e três meses e a três anos e meio de prisão, respetivam­ente. Mas ambos ficam com as penas suspensas. O ex-líder do Município respondia por prevaricaç­ão e o outro arguido pelo mesmo crime e ainda por peculato. O Tribunal de Aveiro deu como provado que, durante seis anos, os dois pagaram mais de 50 mil euros em despesas fictícias a um advogado que prestava serviços na Câmara.

Em 2003, a Autarquia fez um contrato de prestação de serviços com Pedro Samagaio, advogado, do qual constava uma avença de 12 mil euros anuais, a que acresciam despesas de deslocação. O tribunal confirmou que foi acordada uma avença “baixa” de modo a não ser necessário um procedimen­to concursal mais exigente para admitir o advogado. E que as falsas despesas de deslocação eram pagas para completar o salário.

Durante seis anos, Pedro Samagaio apresentou à Autarquia despesas de “três ou quatro deslocaçõe­s mensais, entre Lisboa (onde vivia) e Albergaria-a-Velha”, “sem faturas que as suportasse­m”, adiantou a juíza. A magistrada considerou “pouco razoável” que tais deslocaçõe­s fossem feitas “todas as semanas, todos os meses, durante aproximada­mente seis anos”, ainda por cima quando o advogado prestava serviço, de segunda a sexta-feira, na Câmara de Vagos, a poucos quilómetro­s de Albergaria.

João Agostinho negou os crimes, adiantando que apenas assinava a ordem de pagamento, confiando que tudo estaria em ordem. Já Laerte, admitiu que os valores das deslocaçõe­s eram pagos “porque havia sido assim combinado”. Apesar de Samagaio não ter sido constituíd­o arguido por burla - por se tratar de um crime semipúblic­o que carecia de queixa, que não foi feita - o tribunal obrigou-o, agora, a “restituir o dinheiro ao Estado”.

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João Agostinho foi condenado por ter ajudado advogado a lucrar mais

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