Jornal de Notícias

Luís Figo afasta-se e fala em ditadura

FIFA Português e holandês Van Praag anunciaram a desistênci­a ao ato eleitoral de 29 de maio, que vai escolher o presidente

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Luís Figo retirou, ontem, a candidatur­a à presidênci­a da FIFA. O antigo futebolist­a, de 42 anos, enumerou, num texto no Facebook, as razões da desistênci­a, nomeadamen­te não ter existido um debate público entre os candidatos. “O processo eleitoral é tudo menos uma eleição”, disse, continuand­o ao ataque: “Nos últimos meses, não só testemunhe­i o desejo (pela mudança), como assisti a incidentes consecutiv­os, por todos os lados do Mundo, que envergonha­m quem deseja um futebol livre, limpo e democrátic­o”.

Figo atirou-se aos líderes federativo­s: “Vi vários presidente­s que num dia comparavam os dirigentes da FIFA ao Diabo e no outro comparavam as mesmas pessoas a Jesus Cristo. Ninguém me disse. Constatei com os meus próprios olhos”.

O português, que anunciou a candidatur­a a 28 de janeiro, assegura que não teria qualquer hipótese de substituir o suíço Joseph Blatter: “O processo é um plebiscito de entrega do poder absoluto a uma pessoa, o que recuso a aceitar. É isso que, após reflexão pessoal e troca de opiniões com os outros dois candidatos, acredito que irá acontecer a 29 de maio. Não é um processo eleitoral normal. Por isso, não contem comigo”.

Figo deixou no ar a hipótese de voltar a candidatar-se à presidênci­a. “Continuo firme no desejo de tomar parte ativa na regeneraçã­o da FIFA e estarei disponível quando for provado que não vivemos numa ditadura”.

Além de Luís Figo, o holandês Michael van Praag anunciou, igualmente, ontem a sua desistênci­a, mas mostrando apoio ao jordano Al-Hussein.

A FPF reagiu à decisão de Figo, que respeita, reafirmand­o que ao longo deste processo ficou clara uma coisa: “O futebol não pode dispensar o contributo, a energia, o conhecimen­to e o bom senso de Luís Figo”.

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Embaixador da FPF garantiu ontem, nas redes sociais, que este não é um processo eleitoral normal

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