Mãe viu o filho a arder e não fez nada
Maus-tratos Agressão terá partido do padrasto, na casa onde viviam. Tribunal e Proteção de Menores retiram os dois filhos à progenitora
Uma mulher perdeu a guarda de um filho, de 16 anos, na Póvoa de Santa Iria, Vila Franca de Xira, depois de o menor ter sofrido queimaduras causadas pelo padrasto, perante a sua passividade. Na sequência do processo, perdeu igualmente os direitos sobre outro filho, de 9 anos, soube o JN na Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens em Risco.
A guarda dos dois menores está agora entregue ao pai e aos avós paternos, numa opção acertada entre o Tribunal de Família e Menores de Sintra e a Proteção de Menores de Vila Franca. Tendo em conta que ambos frequentam escolas locais e que o pai reside no Algarve, as instituições não quiseram prejudicar o aproveitamento escolar. A partir de junho, os dois menores ficam entregues ao pai.
A agressão com fogo ocorreu na segunda-feira na casa onde os menores viviam com a mãe e o padrasto. Segundo o pai adiantou ontem durante a manhã aos canais de televisão, tudo se passou num ambiente de conflito. O padrasto terá entrado em confronto físico direto com o enteado, apertandolhe o pescoço e provocando a asfixia durante alguns segundos. Atirou álcool sobre o pescoço e uma perna do jovem, e lançou o fogo de seguida.
A vítima só foi assistida no dia seguinte, no Hospital de Vila Franca de Xira, onde foi levada pela PSP, que comunicou à Proteção de Menores o caso. Rapidamente foi tomada a decisão de retirar os menores à mãe e de abrir um inquérito no Ministério Público sobre a agressão em concreto.
Ironicamente, decorria um processo tutelar sobre os dois menores e já tinha havido reuniões entre pai, a mãe e o tribunal. Ontem também estava marcada uma reunião entre a Proteção de Menores e os progenitores.