Jornal de Notícias

Sócrates arrisca ficar na cadeia mais meio ano

Juiz tem até 9 de junho para decidir

- António Soares, Nelson Morais Nuno Miguel Maia policia@jn.pt

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Faz hoje meio ano que o juiz Carlos Alexandre decidiu prender preventiva­mente José Sócrates. Mas, apesar de as medidas de coação serem reexaminad­as trimestral­mente, o ex-primeiro-ministro ainda não sabe se vai passar os próximos três meses na cadeia. Porque aquele juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) entende que o prazo para o reexame da medida de coação só termina a 9 de junho. Nesta data, Sócrates pode ser libertado, mas também pode continuar preso, pelo menos mais meio ano.

“É uma questão complexa, mas não é fundamenta­l”, comentou ontem o advogado João Araújo, sobre o prazo do reexame da medida de coação a que está sujeito o seu cliente, José Sócrates. Em fevereiro, o Ministério Público juntou ao processo novos elementos probatório­s sobre o ex-primeiro-ministro, o que levou o juiz a dar dez dias à defesa para se pronunciar sobre eles. Apesar de os advogados de Sócrates terem decidido não fazêlo, Carlos Alexandre proferiu novo despacho, a reafirmar a prisão preventiva, no dia 9 de março.

Esta questão não interferiu com a situação de Carlos Santos Silva. Na sexta-feira à tarde, este amigo de Sócrates e ex-administra­dor do Grupo Lena foi notificado de uma decisão do juiz Carlos Alexandre, que substituiu a sua prisão preventiva pela prisão domiciliár­ia com pulseira eletrónica. habitual. “Ao fim de seis meses, sem que tenham perguntado coisa nenhuma mais ao senhor engenheiro José Sócrates, não vejo razão para continuar esta prisão injustific­ada e absurda”.

Quando Sócrates foi sujeito a prisão preventiva, o TCIC invocou os perigos de fuga e de perturbaçã­o do inquérito. Mas, mais tarde, o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) concluiria que o perigo de fuga, em concreto, não seria suficiente para manter a prisão preventiva.

Resta por isso saber se, com os avanços feitos na recolha de prova, o TCIC entende que continua a ve- rificar-se, ou não, o perigo de perturbaçã­o do inquérito. João Araújo disse que desconheci­a os fundamento­s da última decisão sobre Santos Silva, mas observou que, se tivesse sido afastado aquele perigo, talvez o arguido não tivesse de ficar preso em casa.

Seja como for, o anterior primeiro-ministro arrisca-se a permane- cer na prisão de Évora pelo menos, mais meio ano. É que o Código de Processo Penal permite manter um arguido em prisão preventiva, sem despacho de acusação, durante o prazo de um ano, desde que tenham sido declarada a especial complexida­de do processo. O que foi o caso, por despacho proferido em 3 de julho de 2014. Em dezembro, a defesa de Sócrates interpôs recurso dessa decisão, mas ainda a Relação de Lisboa ainda não se pronunciou. Sem a especial complexida­de e sem acusação Sócrates já deveria ter sido libertado em março.

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Legenda foto e justificad­a duas linhas xpxpxpxpxp­sad fasd fasdfasdfa­sdfasd fasdfx José Sócrates com o advogado João Araújo ainda durante o primeiro interrogat­ório judicial

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