Jerónimo diz que PS “desertou” na última legislatura
PCP O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou ontem o PS de ter “desertado em combate” como partido da oposição na última legislatura e de ter estado “comprometido” com as políticas desenvolvidas pelo atual Governo PSD/CDS-PP.
“Durante quatro anos, o PS esteve preso, não diria pelo rabo, porque a imagem pode ser ofensiva, mas esteve condicionado. Desertou em combate porque esteve comprometido com esta política, com a situação que vivíamos”, considera o líder comunista. O PS, insistiu, “teve a responsabilidade de chamar a ‘troika’ estrangeira para cá”, assinou o “pacto de agressão juntamente com o PSD e o CDS-PP” e foi o partido que “aprovou o PEC 1, PEC 2, PEC 3 e PEC 4, que já lá tinha muitas das medidas que este Governo acabou por executar”.
Jerónimo de Sousa, que falava em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, durante um almoço com simpatizantes da CDU, considera ainda que o PS “não tem políticas alternativas” para apresentar nas próximas eleições legislativas.
“No essencial, o PS quer continuar o mesmo caminho. Claro que a direita, mais à bruta e o PS de forma inteligente”, ressalvou.
No entanto, para o secretáriogeral do PCP, “o povo português não precisa de atos de inteligência do PS. O que o povo português exigiria era que o PS fizesse uma rutura com esta política de direita e fosse, de facto, uma alternativa e não mera alternância como pretende ser nestas eleições”.
Jerónimo, que fez um balanço “trágico” da ação do atual Governo, lamentou que o país esteja “mais endividado”, tenha “mais desemprego” e possua três milhões de pessoas em risco de pobreza. Ao mesmo tempo frisou que o seu partido é “cada vez mais ouvido”, porque não está envolvido no “lodo” da “corrupção” e da “pouca vergonha” que têm ocorrido no país.