D. Óscar Romero pagou com a vida amor aos pobres
Santo “Homem de Deus” para Bento XVI e Francisco
Os salvadorenhos e os admiradores do martírio de D. Óscar Romero (1917-1980) tiveram de esperar 35 anos para que a Santa Sé aprovasse a beatificação do antigo arcebispo de São Salvador. Foi o que aconteceu ontem, na confirmação oficial do “mártir por amor aos pobres”, beatificação presidida pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato.
O Papa Francisco deu alento ao processo de canonização de Óscar Romero, considerando-o “um homem de Deus”. Bento XVI também tinha afirmado que era “certamente uma grandiosa testemunha da fé, um homem de grandes virtudes cristãs, que se comprometeu pela paz e contra a ditadura, e que foi assassinado durante a celebração da missa”. Nos três anos em que serviu as comunidades católicas da capital de El Salvador, o arcebispo denunciou a repressão do regime militar e da violência praticada pelos esquadrões da morte.
Como diz o postulador da causa de canonização, D. Vincenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício da Família, “Romero é verdadeiramente um mártir da Igreja do Vaticano II, uma Igreja que é mãe de todos, particularmente dos mais pobres”. Dizer que era “comunista” foi “acusação fácil”, argumento estafado de quem não gosta que o Evangelho defenda a dignidade das pessoas e o amor preferencial pelos mais pobres.
“É a beatificação do salvadorenho mais conhecido e amado em todo o Mundo pelo seu amor aos pobres, à justiça, à verdade e à Igreja. A sua vida, dedicação e entrega até ao final são sinais eloquentes do compromisso de um pastor que assumiu o risco de morrer por defender o seu rebanho e as pessoas mais frágeis”, afirma uma nota da arquidiocese de São Salvador.