Reservar hotel em sites pode sair mais caro
São cada vez mais os portugueses que recorrem à Internet para marcar as férias. Os sites agregadores são umas das ferramentas que permitem não só reservar os hotéis como comparar os preços. Mas será que estas plataformas compensam? E deve-se aproveitar a promoção imediatamente anunciada? Na maioria dos casos, não.
Facilmente encontram-se ofertas mais baixas noutros sites e é possível encontrar melhores preços marcando diretamente no hotel. A conclusão é de um estudo da Deco, a que o Dinheiro Vivo teve acesso, e que avaliou o preço de 100 hotéis em vários portais.
Os 10 portais analisados foram: 7 ideas, Agoda, Amoma.com, Booking.com, Hoteis.com, Hotel.info, Hotelius, Hotusa, otel.com e Prestigia.
A Deco procurou reservar um quarto para duas pessoas, em Lisboa, para passar uma noite de um fim de semana, em abril. Para tal, escolheu 10 portais de reservas, entre os mais frequentes quando se faz uma pesquisa, tais como o Booking, Hoteis, entre outros.
Em cada uma das plataformas escolheu 10 hotéis, de preferência entre os que anunciavam preços com desconto ou um reduzido número de quartos disponíveis, e foi considerado o preço mais baixo.
Para os casos em que os hotéis tinham portal de reservas, a Deco fez também simulação e contactou diretamente para verificar disponibilidades e qual a melhor oferta. Quando num site tinham um preço de um hotel, a Deco procurou o mesmo hotel mas na Trivago e Google. “Dos 100 hotéis para os quais pesquisámos preços, apenas em 21 o valor inicialmente encontrado no portal de reservas era o mais baixo dos valores obtidos. Nos restantes 79 conseguimos encontrar, pelo menos, um preço mais baixo (58) ou, no mínimo, igual (21) ao proposto pela plataforma inicial”.
Nos casos em que descobriram um valor mais baixo (25), ou seja, quase metade, esse preço foi conseguido junto do hotel, através do site ou por telefone. No Booking, a Deco deparou-se mesmo com um quarto 70 euros mais caro do que reservando diretamente ao hotel.
Outra das características destas ofertas prende-se com o pequeno almoço e cancelamento. “Quando ligámos para os hotéis, com frequência, as tarifas propostas eram superiores por incluírem o pequeno-almoço ou ser possível cancelar, sem custos, dentro de determinado prazo. No Booking, encontrámos um quarto por 78 euros, não reembolsáveis e sem refeições. No hotel, o mesmo quarto, com cancelamento gratuito e pequeno-almoço, custava 80 euros”.
A Deco alerta para as indicações “poupe 34%” ou “ofertas imperdíveis” que podem não ser para levar a sério. “Apesar de parecer muito tentador um quarto que estava marcado a 500 ficar por 200 euros, como encontrámos no Agoda, a verdade é que, na maioria dos casos, não conseguimos descobrir de onde vem o valor que serve de base ao cálculo do desconto.