Show no céu do Imaginarius
Imaginarius Festival de Teatro de Rua leva milhares à Feira
Espetáculo aéreo dos Voilá surpreendeu festival da Feira
De personagens cómicas e muita interação com o público viveu o 15.º Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua, que fez dos espaços públicos da Feira território onde aconteceu, ontem e anteontem.
O espetáculo mais aguardado não desiludiu as massas e manteve toda a gente de nariz no ar. Em “Muaré”, da companhia argentina/espanhola Voalá, 12 performers esbracejam nos céus, suspensos numa estrutura que parece um gigantesco espantaespíritos, de efeitos visuais psicadélicos fortes. A provocação do público é constan- te: surgem ocultados por uma tela branca e amorfa, onde se adivinha a agonizar uma figura alienígena de ‘leds’ nas garras, que toca o público e o deixa hesitante. Tudo isto enquanto os Duchamp Pilot dão um concerto rock (parte menos consensual), que é o motor que faz surgir e reagir as figuras no ar. Também “Marabunta”, de Guillem Albà & The All In Orchestra, satisfez o público, muito à custa de piadas populares, mas como só um bom e enérgico entertainer é capaz de fazer. Guillem foi a Pequena Sereia, atirou pizza ao público e cantou Xutos.
Com 43 espetáculos nas ruas, o rodopio era inevitável. Destaques: um cowboy acrobático a tocar banjo enquanto faz de cadeira humana (Banjo Circus); a mulher mimo com ar de boneca sevilhana a girar no chão agarrada a uma roda Cyr (Cia. Zagreb).
A tarde no Rossio foi das crianças, que aderiram com entusiasmo a demonstrações de técnicas como deslackline, com impressionantes manobras de salto e equilibrismo em fita de nylon (UpDown). O expressivo e traquina coelho da peça surrealista “The Lost Wheels of Time” (Serious Clowns), foi das criações mais acarinhadas. Em “Play”, a figura franzina e simpática de tiques cómicos volta a conquistar. O mimo da Cia. Circortito mete a assistência em cena, toca instrumentos excêntricos e acaba engolido por um balão gigante que o transforma numa bola saltitante.