Voluntariado sem idade
Os 80 anos que celebra em outubro não impedem Maria da Saudade Ribeiro, de Aveiro, de se dedicar ao voluntariado. Desde que o Banco Alimentar Contra a Fome foi fundado na cidade, há 18 anos, que participa em todas as campanhas. No armazém da triagem, na sede da instituição, Maria retira os alimentos dos sacos de plástico e coloca-os no tapete rolante para serem depois divididos por setores. Ao final do dia, a sensação de missão cumprida sobrepõese ao cansaço das pernas. “O Banco Alimentar nasceu para servir”, diz a voluntária. Maria da Saudade faz parte do Grupo Sociocaritativo de Santa Joana, um dos 32 grupos da Cáritas que o Banco Alimentar de Aveiro apoia. “No ano passado ajudámos 180 famílias. O banco foi a melhor coisa que aconteceu para quem tem necessidades”, adianta a antiga empregada de escritório, que se iniciou no voluntariado há mais de 30 anos. “Parece-me que nesta campanha as pessoas estão a colaborar muito bem”, acrescenta. A ideia é partilhada por Martinho Pereira, presidente do banco aveirense. “A tendência desta campanha está a ser uma subida no volume de alimentos”, conta quem, de 2012 a 2014, viu o volume de donativos no distrito diminuir cerca de 50 toneladas. Apesar de tudo, Martinho Pereira mostra-se confiante e preparado para continuar a ajudar as 208 instituições de apoia, que depois entregam alimentos a 38 010 pessoas carenciadas. Em lista de espera para receber apoio alimentar estão “perto de meia dúzia” de instituições. Por isso, voluntários como Maria continuarão a ser precisos. E ela, com os seus 79 anos, garante: “Espero vir enquanto tiver forças”.