Polícia mata duas pessoas por dia
Estados Unidos Jornal fez contagem e garante que há muito mais mortes do que as reveladas oficialmente
A Polícia norte-americana matou mais de duas pessoas por dia este ano, um nível mais elevado do que as típicas contagens federais, revelou ontem o diário “The Washington Post”.
O jornal tem vindo a acompanhar os casos de homicídios perpetrados pela Polícia em todo o território dos Estados Unidos, quando os departamentos de Polícia locais não são obrigados a apresentar relatórios ao Governo federal, levando as estatísticas nacionais a estar incompletas ou inacessíveis.
O diário revela que, desde o dia 1 de janeiro, 385 pessoas foram mortas pela Polícia, elevando a taxa a mais de duas pessoas por dia. O número é muito mais elevado do que os dados revelados pelo Governo federal na última década.
Apesar de a maioria dos que foram baleados pela Polícia estarem armados com objetos potencialmente letais, como armas ou facas, o jornal descobriu que 16% transportavam apenas um brinquedo ou estavam desarmados.
A reportagem do “The Washington Post” surge numa altura em que os Estados Unidos discutem o uso de violência mortal por parte das autoridades policiais, especialmente nas comunidades negras ou hispânicas. Algumas das mortes têm provocado protestos e tumultos nas comunidades locais. Um dos casos mais recentes é o de Freddie Gray, que deixou Baltimore em estado de sítio. O jovem negro morreu com graves lesões na coluna cervical, dias depois de ser detido pelas autoridades. No início deste mês, os seis agentes envolvidos na detenção foram formalmente acusados de vários crimes, incluindo homicídio simples e homicídio involuntário, numa decisão que deixou a população em euforia.
Outro caso que deixou os Estados-Unidos em choque, no ano passado, foi o de Michael Brown, um negro de 18 anos, abatido pela Polícia de Fergusson com seis tiros.