Dez crianças entre um e sete anos vítimas de abuso sexual
Vítimas tinham entre um e sete anos e algumas ainda nem sabiam andar. Eram forçadas a ver filmes porno antes das violações
Pelo menos dez crianças, entre um e sete anos, foram vítimas dos abusos sexuais de um monitor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O suspeito foi detido pela Polícia Judiciária e ficou em prisão preventiva.
O monitor, de 42 anos, tinha a seu cargo várias crianças alojadas numa casa de acolhimento localizada em Campo de Ourique, Lisboa, destinada a crianças que aguardavam uma possível adoção ou o eventual regresso às suas famílias. Foi depois de uma criança ter denunciado o caso que Judiciária de Lisboa abriu a investigação.
A criança tinha estado institucionalizada e, ao regressar para junto dos pais, a sua agitação psicológica levou-os a procurarem apoio, uma vez que não percebiam a causa de determinados comportamentos. Este facto levantou suspeitas e, com o caso chegado ao conhecimento da Judiciária, os investigadores concluíram que estavam perante uma vítima de um abusador sexual.
O indivíduo, no entanto, não tinha qualquer cadastro e era muito considerado dentro da Santa Casa, o que dificultou a recolha de provas, uma vez que o perfil não corresponderia a um verdadeiro predador sexual.
As investigações vieram no entanto a comprovar as suspeitas iniciais, percebendo-se que os crimes foram praticados entre 2004 e 2012, no espaço de acolhimento de crianças da Santa Casa.
Os crimes eram praticados durante a noite, quando o suspeito trabalhava praticamente sozinho, aproveitando também o facto das vítimas serem muito jovens para as obrigar a manter o silêncio.
O indivíduo abusou repetidamente de vítimas de ambos os sexos, em sessões que muitas vezes eram precedidas da visualização de filmes pornográficos, após o que as crianças eram obrigadas a simular ter atos sexuais. Depois, eram elas próprias abusadas sexualmente. Em vários casos, chegou a haver violação.
O número de vítimas identificadas é de dez, até à detenção do monitor, ocorrida no passado dia 4. No entanto, a Polícia Judiciária suspeita que o número possa ser bastante maior, decorrendo investigações adicionais, tuteladas pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP).