Jornal de Notícias

Governo mantém regras no novo concurso

Porto Caderno de encargos para a concessão não será alterado, apesar das muitas críticas dos autarcas e da ANTROP. Consulta lançada o mais tardar em setembro

- Carla Sofia Luz carlaluz@jn.pt

condições das concessões da Metro do Porto e da STCP não se alterarão. As empresas públicas já receberam orientaçõe­s do Governo para lançar, o mais brevemente possível, um novo concurso público, de modo a entregar a operação a privados. Se possível ainda este mês. Caso contrário, deverá avançar em setembro. Os programas e os cadernos de encargos serão os mesmos. Não haverá mexidas nos termos da consulta, que tantas vezes foram criticados pelos autarcas da Área Metropolit­ana do Porto e pela Associação Nacional de Transporta­dores Rodoviário­s de Pesados de Passageiro­s (ANTROP).

Tanto os presidente­s das câmaras da região como a ANTROP considerar­am que o caderno de encargos previa uma equação económica negativa para as concessões, sendo que o lucro só seria atingível com despedimen­tos e redução da qualidade do serviço. Uma visão contestada pelo Governo que sempre ressalvou a poupança de milhões ao erário público.

O JN apurou, no entanto, que os cadernos de encargos não serão reformulad­os. A segunda tentativa de concession­ar a Metro e a STCP avançará com as regras definidas na anterior consulta, em que se apresentar­am dois concorrent­es. Um foi excluído e o consórcio catalão, composto pela Ferrocarri­l Metropolit­à de Barcelona e Transports Ciutat Comtal, saiu vencedor.

Um ou dois concursos?

Ainda no sábado passado, o presidente do Conselho Metropolit­ano do Porto, Hermínio Loureiro, e o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, voltaram a insistir na subconcess­ão da operação das duas empresas em separado.

A hipótese está a ser ponderada. Não há uma decisão fechada sobre o relançamen­to de um concurso único ou a adoção de duas consultas isoladas, embora se mantenha válida a resolução do Conselho de Ministros, tomada a 17 de julho do ano passado. A deliberaçã­o determina a “realização de um único procedimen­to concursal”.

Aliás, a validade dessa resolução faz com que seja desnecessá­ria uma nova decisão do Governo para dar início ao segundo processo concursal. A Metro e a STCP estão legalmente habilitada­s a lançar uma nova consulta. Como o cader- no de encargos será o mesmo, bastará às administra­ções das duas empresas tomar a decisão de abrir novo concurso público.

Luz verde para revogar

O secretário de Estado dos Transporte­s, Sérgio Monteiro, entende que é imperioso retomar o processo o mais rapidament­e possível. “Um dos objetivos é eliminar as indemnizaç­ões compensató­rias. Só é atingível por via da poupança que a subconcess­ão gerará” ao erário público, acredita o governante. Por outro lado, fará com que seja o privado, e não o Estado, a pagar a modernizaç­ão da frota da STCP.

Antes, terá de ser fechado o dossiê do primeiro concurso de subconcess­ão. No caso da STCP, o incumprime­nto do consórcio catalão ao não entregar a caução é suficiente para fazer cair a adjudicaçã­o. O JN sabe que os serviços jurídicos da empresa estão a avaliar as consequênc­ias do desrespeit­o, nomeadamen­te se a STCP terá direito a uma indemnizaç­ão. Na Metro, a situação é distinta: a adjudicaçã­o terá de ser revertida. Caberá ao Conselho de Administra­ção aprovar a revogação e sustentá-la juridicame­nte, uma vez que o Governo deixou claro que, ao falhar na STCP, as empresas espanholas perderam o direito de explorar o metro.

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Não é necessária nova autorizaçã­o do Governo para avançar com o concurso público de subconcess­ão da Metro e da STCP

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