Benfica processa Jorge Jesus
Benfica Exigência de 7,5 milhões de euros com a tese de que o técnico começou a trabalhar no Sporting ainda vinculado aos encarnados
Benfica entende que Jorge Jesus começou a trabalhar no Sporting em junho e não em julho, e como tal violou o o contrato que, então, o treinador mantinha com os encarnados. O clube da Luz pretende receber 7,5 milhões de euros em tribunal, valor da cláusula de rescisão que possuía com o técnico que agora comanda os leões.
Além de confirmar não ter pago o último salário ao treinador, o Benfica fez saber ontem que vai pedir uma indemnização, alegando que Jorge Jesus rescindiu unilateralmente o contrato que o ligava às águias.
“Seria estranho o Benfica pagar um mês em que um seu funcionário não apenas não trabalhou mas, pior, trabalhou para outra entidade”, afirmou João Gabriel, diretor de comunicação do Benfica, ao jornal “Expresso”.
Segundo o mesmo responsável, não é apenas isso que está em causa. “Perante um contrato válido, houve uma das partes que o denunciou de forma unilateral e sem justa causa, portanto o Benfica vai agir na defesa dos seus interesses pela via que dispõe, que é a via judicial”, realçou.
João Gabriel classificou a atitude do técnico de “chico-espertismo”, acusando-o de ser um “deslumbrado que acha que o mundo gira todo à volta dele, que entende que é melhor do que Mourinho, mas nunca conseguiu nada de relevante na Champions”.
Como forma de sustentar a tese, recordou o anúncio do presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, que, a 5 de junho, confirmou Jesus como novo treinador leonino, quando a ligação às águias terminava só no fim desse mês. O Benfica considera que, em junho, Jesus passou oito horas a trabalhar na academia do Sporting.
Se o técnico não reagiu à nova polémica (ver caixa), já o seu advogado, Luís Miguel Henrique, garantiu que Jesus não cometeu qualquer irregularidade na saída do Benfica e que está de “consciência tranquila”.
“[Jesus] Está tranquilo, seguro e com a razão legal do seu lado”, salientou o advogado, historiando: “Antes de ir de férias, como qualquer pessoa, acautelou o seu futuro profissional e no início de junho assinou um contrato com o Sporting com efeito a partir do dia 1 de julho. O que posso questionar é a data das notícias, que não é inocente. Os tribunais estão fechados e nada pode ser feito entretanto, por isso penso que isto foi, uma vez mais, uma forma de desestabilização”, disse Luís Miguel Henrique, à agência Lusa.
As partes em conflito teriam procurado um acordo amigável antes do jogo da Supertaça, mas as ondas de choque da partida do Algarve levaram os encarnados a partir para a via judicial.