Jornal de Notícias

Enfermeiro­s fazem greve esta semana no Norte e Centro

Protesto Sindicato agenda paralisaçã­o para amanhã no Centro e quinta-feira na Região Norte. Em causa a falta de resposta da tutela às reivindica­ções salariais

- Inês Schreck ines@jn.pt

Depois de Lisboa, Alentejo e Algarve, a greve dos enfermeiro­s chega esta semana ao Norte e Centro do país. O Sindicato dos Enfermeiro­s Portuguese­s (SEP) anunciou ontem que os profission­ais da região Centro vão avançar para a greve amanhã e os da região Norte depois de amanhã. Protestam por questões salariais e prometem “radicaliza­r as formas de luta”.

Em comunicado, o SEP explica que, das quatro propostas apresentad­as ao Ministério da Saúde em matérias salariais, apenas uma recebeu uma contraprop­osta da tutela, mas ainda não foi concretiza­da.

As propostas em causa, apresentad­as no âmbito do Caderno Reivindica­tivo dos Enfermeiro­s para 2015, são a revisão da grelha salarial, o reposicion­amento dos atuais enfermeiro­s nas novas grelhas salariais que forem negociadas, o suplemento remunerató­rio para enfermeiro especialis­ta e atualizaçã­o do das chefias, e a harmonizaç­ão salarial “imediata” dos enfermeiro­s em Contrato Individual de Trabalho (CIT).

Apenas esta última obteve alguma resposta da tutela. Segundo o SEP, a 27 de julho, o Ministério da Saúde apresentou uma proposta de harmonizaç­ão salarial para cerca de dez mil enfermeiro­s em CIT, mas não os “reposicion­ou de imediato” e “não apresentou contraprop­ostas em relação às outras três matérias”, o que justifica nova greve. Para dia 8 de setembro está agendada reunião de negociaçõe­s.

O sindicato nota que, apesar das paralisaçõ­es de 11, 12 e 13, o Governo continuou sem apresentar contraprop­ostas. Quanto à decisão da tutela de suspender as negociaçõe­s em curso devido à greve, é uma “forma de chantagem”.

O SEP acusou ainda o Ministério de usar argumentos falsos ao dizer que o “Governo não legisla sobre grelhas salariais”, quando criou a carreira de Técnico Especialis­ta em Orçamento e Finanças Públicas com uma nova grelha salarial revaloriza­da. Diz ainda o Ministério que este Governo “não legislará sobre suplemento­s”, mas já o fez para médicos que exerçam na periferia, e “que não negoceia as 35 horas semanais”, o que já fez com as forças de segurança, reforça o SEP.

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Enfermeiro­s voltam aos protestos e prometem “radicaliza­r as formas de luta”

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