Jornal de Notícias

Cancelamen­to de manif não travou protesto

- GUIMARÃES DELFIM MACHADO

A manifestaç­ão marcada para ontem de manhã à porta do Novo Banco do Largo do Toural, em Guimarães, realizou-se mesmo depois de ter sido cancelada pelo Movimento dos Emigrantes Lesados (MEL), a estrutura que a tinha agendado.

Pouco antes das 10 horas já eram quase 50 os emigrantes prontos para reivindica­r o que dizem ser “o roubo das poupanças de uma vida”. Em frente ao balcão do Novo Banco e com três polícias à porta, os emigrantes extravasar­am a revolta que sentem por terem sido enganados.

“Corruptos”, “assassinos” e “ladrões” foram as palavras mais ouvidas. O sistema bancário português foi comparado com o francês e saiu a perder, na voz dos lesados, que fizeram questão de gritar “vive la France” enquanto agitavam bandeiras tricolores de França.

Abílio Silva soube em julho deste ano que tinha as poupanças congeladas. Perdeu “mais de 50 mil euros” que tinham como destino “ajudar um filho a comprar casa”, admite. Na próxima semana regressa a Versalhes, França, e é a partir de lá que vai reivindica­r os seus direitos. “Não vou desistir”, garante. Ao lado, Carminda Lima explicava como foi enganada: “Disseram-nos que eram poupanças em produtos garantidos. Estavam sempre a telefonar seis ou sete vezes por dia para passarmos o dinheiro para essa poupança”.

No local, os manifestan­tes ficaram a saber que os organizado­res não iam aparecer porque “a autorizaçã­o não chegou a tempo”, disse Luís Marques, dirigente do MEL. Fonte da Câmara de Guimarães assegura que “nada foi proibido” e que se cumpriram “as 48 horas necessária­s” desde o aviso até à realização do protesto.

Câmara de Guimarães esclareceu que “nada foi proibido”

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A manifestaç­ão ainda durou cerca de duas horas, sem incidentes a registar

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