Jornal de Notícias

Burlão usou agência de viagens para enganar clientes

Gaia Organizado­r de falsas férias em Benidorm vai ser processado. Suspeito de simular acidente para escapar à fúria dos clientes

- Óscar Queirós policia@jn.pt

O promotor de excursões que terá enganado 25 casais de Gaia vendendo-lhes férias inexistent­es terá tentado um internamen­to hospitalar para ocultar a alegada burla. O visado já tem um processo, por usar no falso programa de férias o nome de uma agência de viagens, a “Tavares Tour”, que nada tem a ver com o assunto.

Jorge P. é apontado como suspeito de simular ter sido atropelado para escapar à fúria das pessoas que nele confiaram ao comprar-lhe 13 dias de férias em Benidorm e que, na passada segunda-feira, afinal não seguiram viagem, por falta de reserva do hotel.

Segundo contou ao JN um dos que se intitulam “vigarizado­s”, Jorge terá recorrido ao Hospital Santos Silva no seguimento de um “atropelame­nto” que ninguém terá visto. O homem também não terá acionado o 112. Preferiu pedir ajuda a um dos clientes, José Manuel Teixeira. É o próprio Teixeira quem relata ao JN: “Foi no domingo. O Jorge ligou-me a dizer que tinha sido atropelado e se eu o podia levar ao hospital. Fui com o meu cunhado, e vi que estava com sangue e com um hematoma na cara. Só me disse que tinha sido atropelado por um carro e que me chamara porque a mulher estava no El Corte Inglés”.

Teixeira, que faz parte do rol dos enganados, de nada suspeitou: “Sinceramen­te, não sei se foi realmente atropelado ou se se feriu de propósito”. Porém, na segunda-feira voltou a receber um telefonema, desta vez “da mulher dele”.

“Eram 7.30 horas e a viagem estava marcada para as 9 horas. Perguntou se eu poderia levar o Jorge outra vez ao hospital porque lhe doía o cachaço”. E continua: “Deixei-o lá ficar e regressei para embarcar na camioneta para as férias. Estávamos todos preparados para arrancar quando a mulher voltou a ligar para eu avisar que não haveria viagem, nem férias, porque o médico disse-lhe que não podia viajar naquelas condições. O motorista e nós todos reagimos que não era motivo para não fazer a viagem, pois o que fazia falta era a papelada das reservas dos hotéis. Pedimos ao filho dele para ir buscar os documentos e foi quando soubemos que, afinal, não havia reservas”.

Teixeira não percebe “o que se passou” e acrescento­u ter falado com o visado, que lhe repetiu a promessa de “pagar a todos até sexta-feira”.

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Um dos queixosos conta ao JN a alegada farsa do organizado­r de viagens, que promete pagar até sexta-feira

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