Burlão usou agência de viagens para enganar clientes
Gaia Organizador de falsas férias em Benidorm vai ser processado. Suspeito de simular acidente para escapar à fúria dos clientes
O promotor de excursões que terá enganado 25 casais de Gaia vendendo-lhes férias inexistentes terá tentado um internamento hospitalar para ocultar a alegada burla. O visado já tem um processo, por usar no falso programa de férias o nome de uma agência de viagens, a “Tavares Tour”, que nada tem a ver com o assunto.
Jorge P. é apontado como suspeito de simular ter sido atropelado para escapar à fúria das pessoas que nele confiaram ao comprar-lhe 13 dias de férias em Benidorm e que, na passada segunda-feira, afinal não seguiram viagem, por falta de reserva do hotel.
Segundo contou ao JN um dos que se intitulam “vigarizados”, Jorge terá recorrido ao Hospital Santos Silva no seguimento de um “atropelamento” que ninguém terá visto. O homem também não terá acionado o 112. Preferiu pedir ajuda a um dos clientes, José Manuel Teixeira. É o próprio Teixeira quem relata ao JN: “Foi no domingo. O Jorge ligou-me a dizer que tinha sido atropelado e se eu o podia levar ao hospital. Fui com o meu cunhado, e vi que estava com sangue e com um hematoma na cara. Só me disse que tinha sido atropelado por um carro e que me chamara porque a mulher estava no El Corte Inglés”.
Teixeira, que faz parte do rol dos enganados, de nada suspeitou: “Sinceramente, não sei se foi realmente atropelado ou se se feriu de propósito”. Porém, na segunda-feira voltou a receber um telefonema, desta vez “da mulher dele”.
“Eram 7.30 horas e a viagem estava marcada para as 9 horas. Perguntou se eu poderia levar o Jorge outra vez ao hospital porque lhe doía o cachaço”. E continua: “Deixei-o lá ficar e regressei para embarcar na camioneta para as férias. Estávamos todos preparados para arrancar quando a mulher voltou a ligar para eu avisar que não haveria viagem, nem férias, porque o médico disse-lhe que não podia viajar naquelas condições. O motorista e nós todos reagimos que não era motivo para não fazer a viagem, pois o que fazia falta era a papelada das reservas dos hotéis. Pedimos ao filho dele para ir buscar os documentos e foi quando soubemos que, afinal, não havia reservas”.
Teixeira não percebe “o que se passou” e acrescentou ter falado com o visado, que lhe repetiu a promessa de “pagar a todos até sexta-feira”.