Juntas querem mais dinheiro dos correios
Serviço Público Verbas pagas pelos CTT às autarquias são consideradas insuficientes para assegurar o trabalho
As juntas de freguesia querem renegociar com os CTT os protocolos de serviço de correios, por acharem que os valores atribuídos pela empresa são insuficientes. Há casos de juntas a aceitar valores mais baixos do que os inicialmente protocolados para conseguirem assegurar o serviço às populações.
Segundo o JN apurou, há autarquias a aceitar prestar o serviço por valores entre 200 e 300 euros mensais, cerca de metade do inicialmente proposto. A situação acontece em locais onde, recentemente, encerraram postos e as autarquias asseguram o serviço. “Como a estação fechou, os presidentes das freguesia preferem ceder agora e esperar por uma renegociação, para poderem continuar a servir as pessoas”, explica o vice-presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), Jorge Veloso.
Para o dirigente, que é também presidente da União de Freguesias de S. Martinho do Bispo e R. de Frades, em Coimbra, as verbas propostas são muito abaixo das pretendidas, daí que o desejo passe por renegociar os protocolos. “Acreditamos que a nova administração dos CTT tenha maior abertura para isso”, espera.
A ANAFRE reconhece haver, de momento, “alguns constrangimentos procedimentais e financeiros que estão já a ser alvo de análise, como a contabilização das receitas e despesas inerentes ao sustentá- vel funcionamento dos postos”. Para Jorge Veloso, os valores que algumas juntas têm vindo a aceitar são incomportáveis. “Na Junta a que presido, recebo 570 euros e tenho prejuízo”, avisa, lembrando que a gestão do correio implica a uma Junta criar mais um posto de trabalho. Relativamente a constrangimentos com pessoal, o dirigente assegura não ter havido problemas em assegurar o serviço.
Contactada pelo JN, fonte da assessoria de imprensa dos CTT afirma que o protocolo “tem tido, na grande maioria dos casos, a melhor
aceitação das populações e das juntas de freguesia envolvidas”. Acrescenta ainda que o atual modelo de comissionamento parte de uma base fixa acrescida de comissões pelos serviços prestados, que estão diretamente ligadas à procura existente nesses postos”.