Jornal de Notícias

Juntas querem mais dinheiro dos correios

Serviço Público Verbas pagas pelos CTT às autarquias são considerad­as insuficien­tes para assegurar o trabalho

- João Pedro Campos locais@jn.pt

As juntas de freguesia querem renegociar com os CTT os protocolos de serviço de correios, por acharem que os valores atribuídos pela empresa são insuficien­tes. Há casos de juntas a aceitar valores mais baixos do que os inicialmen­te protocolad­os para conseguire­m assegurar o serviço às populações.

Segundo o JN apurou, há autarquias a aceitar prestar o serviço por valores entre 200 e 300 euros mensais, cerca de metade do inicialmen­te proposto. A situação acontece em locais onde, recentemen­te, encerraram postos e as autarquias asseguram o serviço. “Como a estação fechou, os presidente­s das freguesia preferem ceder agora e esperar por uma renegociaç­ão, para poderem continuar a servir as pessoas”, explica o vice-presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), Jorge Veloso.

Para o dirigente, que é também presidente da União de Freguesias de S. Martinho do Bispo e R. de Frades, em Coimbra, as verbas propostas são muito abaixo das pretendida­s, daí que o desejo passe por renegociar os protocolos. “Acreditamo­s que a nova administra­ção dos CTT tenha maior abertura para isso”, espera.

A ANAFRE reconhece haver, de momento, “alguns constrangi­mentos procedimen­tais e financeiro­s que estão já a ser alvo de análise, como a contabiliz­ação das receitas e despesas inerentes ao sustentá- vel funcioname­nto dos postos”. Para Jorge Veloso, os valores que algumas juntas têm vindo a aceitar são incomportá­veis. “Na Junta a que presido, recebo 570 euros e tenho prejuízo”, avisa, lembrando que a gestão do correio implica a uma Junta criar mais um posto de trabalho. Relativame­nte a constrangi­mentos com pessoal, o dirigente assegura não ter havido problemas em assegurar o serviço.

Contactada pelo JN, fonte da assessoria de imprensa dos CTT afirma que o protocolo “tem tido, na grande maioria dos casos, a melhor

aceitação das populações e das juntas de freguesia envolvidas”. Acrescenta ainda que o atual modelo de comissiona­mento parte de uma base fixa acrescida de comissões pelos serviços prestados, que estão diretament­e ligadas à procura existente nesses postos”.

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Lordelo do Ouro e Massarelos, no Porto, é uma das centenas de freguesias do país que servem como posto dos correios

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