Jornal de Notícias

O bailado clássico de Gaitán

Águias estreiam-se com vitória suada na Liga dos Campeões

- Luís Antunes luis.antunes@jn.pt

O Benfica entrou com o pé direito na Liga dos Campeões. Os encarnados venceram o Astana (2-0), somaram três pontos e garantiram o milhão e meio de euros em discussão. Num embate frente a um estreante, o onze da Luz foi claramente superior. No entanto, sentiu dificuldad­es em ultrapassa­r a organizaçã­o defensiva do adversário, essencialm­ente na primeira parte. Aí, permitiu uma discussão de baixa intensidad­e e revelou muita hesitação no momento de procurar a solução para as equações ofensivas. Privilegio­u as ações pelo eixo do terreno e esqueceu-se das alternativ­as nos corredores. Pareceu gerir o jogo a pensar no Dragão, mas esqueceu-se de que ainda não vencia. Um susto do Astana antecedeu a mudança de face, já na segunda parte, e uma alteração de imagem com a repetição de alguns momentos da boa exibição frente ao Belenenses.

Em equipa que ganha não se mexe e muito menos naquela que goleia. Terá sido esta a linha de raciocínio do treinador do Benfica que voltou a apostar no puzzle que goleara e encantara a Luz, no último jogo da Liga.

O Benfica entrou a dominar e superioriz­ou-se territoria­lmente. No entanto, não revelou a intensidad­e ideal, realizou uma circulação lenta, perante um adversário que surgiu com um bloco subido, compacto, mas pouco pressionan­te.

A águia tinha espaço para idealizar forma de superar o Astana. No entanto, errava demasiados passes, lateraliza­va as ações e a mobilidade também era insuficien­te, pois os jogadores só reagiam perto da bola. Jonas sentiu dificuldad­e em recuar e fugir às marcações. A formação tornava-se previsível, sempre com a exceção de Gaitán, um elemento distinto no momento da decisão.

Os cazaques adaptarams­e e sentiram-se confortáve­is com o ritmo sonolento da discussão, apropriado para uma equipa em plena madrugada biológica, face à diferença de mais cinco horas no seu país.

Mesmo com dificuldad­es, os encarnados criaram oportunida­des evidentes para marcar. Porém, Eric negou o desejo de Jonas. A Luz gelou ao ver Schetkin testar o poste da baliza de Júlio César. E o susto parece ter provocado a reação da equipa. Primeiro, Gaitán encontrou o caminho da rotura e do golo. Depois, a formação assinou os desequilíb­rios, essencialm­ente motivados pela maior amplitude de jogo e pela exploração dos corredores.

Mitroglou foi o principal beneficiár­io das descidas de Nélson Semedo e Eliseu. O maior dinamismo encarnado e o avolumar da hora derrubaram o Astana. Rui Vitória pôde então poupar Jonas e Talisca para o Dragão, mas deixou, estranhame­nte, Gaitán até final.

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 ??  ?? Mitroglou e Gaitán marcaram os golos da vitória das águias
Mitroglou e Gaitán marcaram os golos da vitória das águias

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