Jornal de Notícias

Aumento do consumo duplica dívidas das famílias

Novos créditos para despesas com educação e saúde dispararam, bem como para comprar carro Portuguese­s voltam a arriscar

- Luís Reis Ribeiro luis.ribeiro@dinheirovi­vo.pt

O número de novos créditos ao consumo com a finalidade de pagar despesas de educação, saúde, energias renováveis e aluguer de equipament­os mais do que duplicou entre julho de 2014 e igual mês deste ano. O valor contratado aumentou mais de 13,5% no mesmo período, para 1,8 milhões de euros, indicou o Banco de Portugal (BdP). O banco central mostra que os valores do novo crédito estão em forte expansão em todas as modalidade­s, sobretudo no crédito automóvel.

No ano passado, tinham sido assinados 135 contratos novos no segmento educação e saúde, número que compara com os 284 agora registados. O grande salto aconteceu, justamente, em julho já que no mês precedente o número de novos contratos estava em 127.

Impression­ante é também a subida dos novos empréstimo­s automóveis que se repartem por quatro segmentos (ALD-novos; ALD-usados; crédito para reserva de propriedad­e-novos; e idem no caso de usados). Segundo o BdP, em julho, as quatro modalidade­s totalizara­m 167,5 milhões de euros, mais 40,3% do que em julho de 2014. O número de contratos assinados disparou 39% para 12.758 créditos contratado­s.

Maior subida: crédito para carro A maior subida em valor aconteceu no crédito automóvel para carros novos “com reserva de propriedad­e”, que cresceu quase 51%, onde ficaram comprometi­dos 39,7 milhões de euros só em julho. A segunda maior subida foi nos usados, com mais 48% (91,4 milhões de euros).

Destaque também para a forte subida no segmento dos “cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidade­s de descoberto”. Entre julho de 2014 e de 2015, o valor contratado aumentou 24% para 86,8 milhões de euros, diz o BdP. O número de contratos associados a estas modalidade­s aumentou 17% para 68.183 casos.

A rubrica com mais peso no crédito ao consumo - “outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidad­o e outras finalidade­s)” - também avançou de forma enérgica. Os bancos e sociedades financeira­s venderam 179,7 milhões de euros neste tipo de empréstimo­s, mais 16% que em julho de 2014.

Tudo somado, os consumidor­es estão francament­e mais endividado­s por motivos de consumo, contratand­o taxas de juro natural e legalmente mais altas, pois trata-se de crédito mais arriscado.

Pelas contas do BdP, essa nova dívida por motivos de consumo engordou de 345,7 milhões de euros para 435,8 milhões de euros só em julho passado. Uma subida notável de 26%.

Crédito para carros novos foi o que mais cresceu em valor

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Bancos vendem mais crédito caro e arriscado aos consumidor­es

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