Jornal de Notícias

Chuva fustiga Norte e hoje atinge outras regiões

Porto, Braga, Viana e Aveiro foram as mais afetadas. Só houve danos materiais

- Alexandra Figueira* afigueira@jn.pt *COM AGÊNCIAS

Os ministros da Administra­ção Interna da União Europeia (UE) voltam a reunir na terça-feira para discutir o acolhiment­o de refugiados. O encontro foi pedido por vários países, com motivações diferentes. Alemanha e Áustria querem pressionar os 28 a chegar a um acordo sobre quotas, mas a Eslováquia vai recusar qualquer regime obrigatóri­o. A reunião visa chegar a um acordo sobre a distribuiç­ão de mais 120 mil refugiados que estão na Grécia, Itália e Hungria. Anteontem, recorde-se, a Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia travaram um acordo (Portugal apoiou).

“A Europa cobriu-se novamente de vergonha”, reagiu o vice-chanceler alemão. Sigmar Gabriel lamentou que todos queiram “receber dinheiro, mas ninguém assuma responsabi­lidades” e admitiu que, se nada mudar, acabarão as “atuais condições de financiame­nto”, numa alusão aos fundos europeus recebidos pelos países mais pobres. De imediato, a República Checa e Eslováquia ameaçaram com o fim da UE e a chanceler Angela Merkel veio contrariar a ideia de sanções – mais uma medida do desentendi­mento sobre o assunto no seio dos países europeus.

Sérvia, Grécia e Turquia em causa A Hungria em particular tem estado sob escrutínio. Ontem, a porta de entrada na Europa para quem desembarca na Grécia fechou o principal ponto de entrada no país, levando a vizinha Sérvia a declararse incapaz de gerir os migrantes e refugiados que não conseguem seguir caminho. Também a Grécia e a Turquia, que acolhe dois milhões de refugiados, protestam contra a falta de ajuda.

Agora, a Hungria admite construir novo muro, na fronteira com a Roménia, e já deteve 174 pessoas por travessia ilegal. Em vigor desde a madrugada de ontem, a lei prevê três anos de prisão para entrada ilegal no país e de cinco anos para quem o fizer armado ou estragar o muro de arame farpado. Pedidos de asilo estão a ser todos recusados.

Mediante a entrada de mais de meio milhão de migrantes, valor calculado pela agência Frontex, a Europa começa lentamente a fechar-se. Depois dos muros, vem a suspensão da livre circulação no espaço europeu: primeiro pela Alemanha e agora pela Áustria que, na madrugada de hoje, restabelec­eu o controlo nas fronteiras com a Eslováquia, Hungria, Eslovénia e Itália. A decisão foi justificad­a pela “dimensão maciça do fluxo de cidadãos” vindos de países terceiros.

Plano B de Guterres A indecisão europeia foi ontem criticada pelo alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados. António Guterres disse ser “muito desagradáv­el” ver que a Europa “não foi capaz de tomar decisões absolutame­nte essenciais”, que “seriam a base mínima” para responder ao fluxo de refugiados e imigrantes. Apelou por isso à criação de centros de refugiados na Grécia e pela “imediata recolocaçã­o” de refugiados nos países dispostos a aceitá-los.

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A Hungria bloqueou totalmente a fronteira com a Sérvia, que garante ser incapaz de lidar com tantos refugiados

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