Jornal de Notícias

Barreira com 1800 m2 para travar petcoke

- ÍLHAVO JOÃO PAULO COSTA

O presidente da Administra­ção do Porto de Aveiro (APA), Braga da Cruz, afirmou ao JN que a barreira que ajudará a impedir a passagem de poeiras libertadas durante a movimentaç­ão de petcoke só estará no terreno, na melhor das hipóteses, em fevereiro de 2016. Será a última medida para evitar que as poeiras afetem a população da Gafanha da Nazaré.

Segundo um relatório da Universida­de de Aveiro (UA), as medidas implementa­das pela Cimpor – que utiliza o petcoke como combustíve­l na fábrica de Souselas – “atenuaram em cerca de 80%” o efeito das descargas e armazename­nto, afirma Braga da Cruz. As alterações passaram pelo aumento da capacidade de regar as poeiras, pela redução da quantidade movimentad­a e pela diminuição de tempo no cais. A UA recomendou ainda a colocação de uma barreira opaca, “que deverá ter 120 metros de compriment­o e cerca de 15 metros de altura”, cerca de 1800 m2, segundo Braga da Cruz, e a instalação de uma estação de monitoriza­ção e controlo da qualidade do ar. “Pedimos à UA que nos indicasse a melhor solução para a barreira, que pode ser por exemplo contentore­s, como se fez no porto de Leixões, e que nos dissesse qual a melhor estação e a localizaçã­o mais adequada”, explica o administra­dor do porto. “Só depois de termos esta informação poderemos avançar com os concursos públicos e cumprindo as regras da contrataçã­o pública dificilmen­te as obras estarão no terreno antes de fevereiro”, prevê Braga da Cruz.

Humberto Rocha, presidente da Associação para a Defesa da Gafanha da Nazaré, diz que Braga da Cruz o informou de que as obras “avançam até ao final do ano”. Reconhece que houve melhorias com as medidas mitigadora­s da Cimpor, mas que o problema ainda não está resolvido porque a qualidade do ar “continua longe de ser boa”.

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