“Temos todos a cultura do minifúndio na cabeça”
PS Costa defende cooperação na área da investigação e contratações efetivas contra “precarização vitalícia”
Se colocar duas instituições a trabalhar em conjunto já é uma tarefa difícil, porque “temos todos a cultura do minifúndio na cabeça”, então três é algo que exige “grande vontade”, defendeu ontem António Costa no Porto, durante uma visita ao I3S, Instituto de Inovação e Investigação em Saúde. E essa vontatratuais, de “só é possível” num clima de confiança que diz ter sido destruído pela coligação PSD/CDS e pelo seu “desinvestimento na ciência”.
Acompanhado por Alexandre Quintanilha, cabeça de lista do PS pelo Porto que decidiu trocar “a bancada do laboratório pela bancada do Parlamento” na sua “luta pela ciência”, Costa explicou como “retomar a confiança”. Estabilidade foi a palavra-chave: nas relações con- nas regras de avaliação e do financiamento e na “visão estratégica”, segundo a qual “é investindo no conhecimento e na inovação que o país pode progredir”.
Sobre relações contratuais, avisou não ser possível “continuarmos a ter uma precarização vitalícia” por “ausência de contratações efetivas na área dos investigadores”. E garantiu não haver “licenciados a mais”, mas “emprego qualificado a menos”. Além disso, defendeu uma cultura de cooperação em oposição à “cultura do minifúndio”.
Após elogios ao antigo ministro socialista Mariano Gago, que Costa e Quintanilha recordaram ter sido impulsionador do I3S, o líder do PS afirmou que o consenso criado no setor foi quebrado “há quatro anos”. E responsabilizou o atual Governo pela “descrença” e pela perda de “recursos formados”.
Num encontro sobre educação em Oliveira de Azeméis, prometeu eliminar os exames de admissão à carreira docente e criticou o despacho que coloca o inglês como disciplina de exame do Ensino Básico.