Apoiantes andaram com Passos ao colo
Coligação Em Arcos de Valdevez, até recebeu uma almofada em forma de coração
“Senhor primeiro-ministro, senhor primeiro-ministro deste lindo Portugal/Bem-vindo a terras dos Arcos, a melhor deste arraial/Em campanha eleitoral, eu toco nos meus botões/E espero que você, ganhe as próximas eleições”. Esta foi uma das quadras com que cantadores ao desafio e tocadores de concertina presentearam, ontem, Pedro Passos Coelho, em Arcos de Valdevez.
Numa arruada curta, mas intensa e em território pouco hostil, o primeiro-ministro esteve como peixe na água (e também sardinha em lata, tal foi o aperto), banhado por uma multidão, com largas centenas de pessoas a colorirem as ruas com bandeiras laranja e azul e a animálo com gritos de “vitória”. A meio do percurso, apoiantes elevaram-no no ar em braços e carregaram-no ao colo, sempre cercado de seguranças, enquanto se ouviam gritos “Portugal, Portugal”.
Gente vinda de vários pontos daquele que é o concelho do Alto Minho com maior tradição social-democrata (o PSD é poder na autarquia há 40 anos), incluindo da zona serrana do Soajo, acotovelou-se sôfrega para o ver, beijar e abraçar. Houve até quem lhe oferecesse uma almofada em forma de coração e várias mulheres entregavam-lhe gerberas cor de laranja. Uma cidadã dirigiu-se-lhe para dar um recado para a mulher. “Um beijinho da Julieta, está bem? E as melhoras dela”.
Em terra de emigrantes, Passos foi abordado por alguns. Um deles desafiou-o a visitar a comunidade em França. “Depois das eleições, depois das eleições…”, respondeu. E uma emigrante beijou-o e disse: “Gostava tanto de votar em si”. O candidato desenrolou a conversa: “Quando vai embora? Vote antes de ir. Não pode? Ai tem de estar lá no consulado, é? Está lá registada, não é? Então faça favor, vá lá votar”.
Menos meigo, mas ainda assim em tom amistoso, foi confrontado por lesados do BES:. “Mas então não é o Governo que manda em Portugal?, perguntaram-lhe. “Manda, mas Portugal não é uma ditadura. Cada órgão tem a sua competência, há separação de poderes e ainda bem”, respondeu, assegurando que os depósitos estão seguros.
“Então faça favor vá lá votar”, disse a uma emigrante em França