Examinador acusado de dormitar nos exames
Vila Verde Quatro queixas de instruendos deram entrada no Instituto da Mobilidade e Transportes
Quatro instruendos de condução do distrito de Braga acusam um examinador do Centro de Exames da ANIECA (Associação Nacional dos Industriais do Ensino de Condução Automóvel), de Vila Verde, de ter dormitado durante a prova prática.
Os quatro casos ocorreram em fevereiro, em dias diferentes, tendo dois deles resultado em queixas formais à ANIECA e ao IMT – Instituto da Mobilidade e dos Transportes que abriu um inquérito, do qual ainda se desconhecem resultados.
Dois dos alunos, de apelidos Ferreira e Oliveira, relataram que “o examinador permaneceu, durante algum tempo, com os olhos fechados” no exame prático.
Um outro instruendo, de apelido Teixeira, sublinhou que o examinador “falava de forma arrastada e fechava os olhos por alguns segundos, que considerou prolongados já que se encontrava em exame”. Acrescentou que “baixava lentamente a cabeça e que, repentinamente, tornava a abrir os olhos, aparentando alguma sonolência e cansaço”. Depoimento repetido por outro aluno, de apelido Basto, que também fez exame no passado dia 26 de fevereiro.
O instrutor que acompanhava as provas pediu a um dos alunos que suspendesse a marcha por estar em causa a segurança, o que originou um processo de averiguações no Instituto da Mobilidade e dos Transportes, que ouviu os alunos, duas vezes, a última das quais no Porto e na presença das diretoras, de Serviços de Formação e Certificação do IMT, Fátima Abreu, e do Departamento de Ensino da Condução, Susana Paulino.
O instruendo, que viu o seu exame suspenso foi obrigado a refazê-lo e a pedir novo documento médico e nova licença de aprendizagem, com os custos inerentes, cerca de 45 euros.
Ao JN, o presidente da ANIECA, Fernando Santos, negou os factos, contrapondo que se trata de uma calúnia e de uma vingança do instrutor contra o examinador. O Instituto da Mobilidade e dos Transportes não respondeu às perguntas do JN.
O examinador em causa é um dos 77 arguidos num inquérito em curso no tribunal local sobre corrupção no centro de exames.
Presidente da ANIECA negou factos e fala em calúnia e vingança