Clima, pobreza e pedofilia na agenda do Papa
Estados Unidos Francisco apelou ao país mais rico e poluente que cuide do Planeta e dos mais pobres
No seu primeiro dia completo nos Estados Unidos – e perante 15 mil pessoas –, o Papa Francisco apelou à mais rica nação do Mundo que assuma a sua parte no combate às alterações climáticas e à desigualdade. Na Casa Branca, e ao lado do presidente norte-americano, Barack Obama, citou o famoso discurso “Eu tenho um sonho”, de Martin Luther King, para dizer que o Mundo deixou de pagar uma promissória ao Planeta e a milhares de pessoas marginalizadas.
“As alterações climáticas são um problema que não podemos deixar para a geração seguinte” porque “vivemos um momento crítico”, disse. Em resposta, Barack Obama disse querer “ajudar as comunidades mais vulneráveis a um clima em mudança” e “preservar o Mundo precioso para gerações futuras”. Obama tentou já aprovar leis para controlar a emissão de gases com efeito de estufa, mas deparou-se com a oposição dos republicanos.
Francisco referiu-se ainda a um outro tema quente nos Estados Unidos, a emigração, lembrando que ele próprio descende de uma família italiana emigrada para a Argentina. “Estou feliz por ser um convidado deste país, em grande parte construído por famílias como esta” (emigradas), afirmou.
O “crime” da pedofilia
Perante uma plateia de bispos, Francisco falou também dos “crimes” dos padres pedófilos “que nunca mais se podem repetir”. Recorde-se que o Papa criou um tribunal para julgar os bispos que encobriram padres pedófilos, limitando-se a mudá-los de paróquia.
Mas a Rede de Sobreviventes dos Abusados por Padres disse que estas palavras não chegam. “Todos os passos dados” pelo Vaticano foram “forçados pelas pessoas mais corajosas, as vítimas e suas famílias”, disse o líder da organização.