De leõezinhos a temíveis panteras
Um jogou de verde e branco desde que, ainda com palmo e meio (ver equipamento largueirão na foto da esquerda), se perdeu de amores pela bola, o outro começou no Fornos de Algodres, clube da terra, mas convenceu nas captações e não tardou a mudar-se para a Academia de Alcochete: outrora leõezinhos de gema, Afonso Figueiredo e Luisinho são hoje duas das principais figuras da pantera, e, depois de amanhã, batem-se contra o clube que os viu crescer.
Protagonistas, desde o início da época, de uma proveitosa parceria no corredor esquerdo dos axadrezados, a eles, a baixa estatura (1,70 metros) não os incomoda – não disseram um dia que os homens (e os jogadores) não se medem aos palmos? Pelo contrário: compensam-na com rapidez, técnica e boa leitura de jogo.
Aliás, diz quem os orientou, ainda petizes (em épocas diferentes, visto que Afonso tem 22 anos e Luisinho 25), que estes foram atributos revelados desde cedo. “O Afonso sempre foi um jogador irreverente, rápido e tecnicista, com um drible
Treino noturno de habituação à luz artificial
Os responsáveis axadrezados decidiram mudar o horário do treino de ontem, inicialmente previsto para o meio da tarde. É que como a partida frente ao Sporting, depois de amanhã, decorrerá em horário noturno (20.45 horas), a equipa técnica optou por adiar a sessão, para que os jogadores se possam familiarizar com a luz artificial.
Juiz de má memória
Desde que regressou ao escalão principal, o Boavista não se tem dado bem em jogos arbitrados por Artur Soares DIas. Na última época, o juiz portuense apitou dois dos jogos dos axadrezados e a pantera perdeu ambos: em outubro, fora, com o V. Guimarães (3-0) e, em abril, em casa, frente ao Marítimo (0-2).
Desafiar favoritismo
No Bessa, ninguém tem dúvidas que o favoritismo recai sobre a formação leonina. Isso mesmo foi assumido por Zé Manuel, ele que na última época até marcou aos leões, na derrota por 2-1, em Alvalade. “O Sporting é candidato ao título e isso diz tudo, mas iremos tentar contrariar o seu natural favoritismo”, disse. curto e bom no cruzamento. Apesar da estatura, também jogava bem da cabeça. Já na altura dava tudo em campo. Como começou no râguebi, trouxe aquela disponibilidade total”, partilhou, com o JN, Luís Gonçalves, treinador do lateral nos sub-15 dos leões.
De Luisinho, recorda um canto direto que resolveu um jogo frente ao Entroncamento, mas não só. “Sempre teve bons pormenores e um recorte técnico muito elevado. Era muito forte no um contra um, muito imprevisível”, salienta, frisando o facto de ambos serem “muito inteligentes na leitura do jogo”.
Ainda assim, desde o tempo em que os orientou, reconhece-lhes evoluções assinaláveis, que passam pelas melhorias a nível defensivo, no caso de Afonso (o que nem surpreende, dado que na altura jogava como extremo), e por uma maior regularidade no caso de Luisinho.
E afinal, esta dupla que cresceu com ADN de leão, e que hoje é imagem de marca de uma pantera aguerrida e raçuda, pode ser uma dor de cabeça para Jesus? “Claro que sim”, responde, taxativo, Luís Gonçalves.