Jornal de Notícias

Padre e irmãs ouvidos hoje em tribunal

Famalicão Suspeitos de crimes de maus-tratos, rapto e escravidão de “noviças”

- Alexandra Lopes policia@jn.pt

As três irmãs e o padre acusados de maus-tratos, escravidão e rapto sobre três “noviças”, na Fraternida- de Cristo Jovem, em Requião, são ouvidos hoje, no Tribunal de Famalicão. Os quatro foram constituíd­os arguidos pela Policia Judiciária (PJ) e deverão conhecer hoje as respetivas medidas de coação.

Mais de duas dezenas de inspetores da Diretoria do Norte da PJ fizeram buscas na Fraternida­de, tendo apreendido objetos usados nas agressões a “noviças”. Há um ano, três jovens que fugiram denunciara­m os abusos à diocese e ao Ministério Público, mas só há pouco mais de um mês o caso chegou à PJ. Queixaram-se de castigos sempre que o seu desempenho não agradava. Haveria bofetadas, espancamen­tos e penitência­s durante longas horas em posições dolorosas, para além de privações de comida ou de bebida no trabalho ao sol e privação de cuidados médicos.

De resto, a irmã Isabel Silva, uma das fundadoras da irmandade, e arguida no processo, negou a escravatur­a mas admitiu que possam ter dado uma “sapatadita” ou um “estalo”. Além das duas irmãs, as queixosas também foram ouvidas na PJ.

A diocese de Braga também destacou um sacerdote para acompanhar a situação na Fraternida­de, após queixas “por anomalias” na vida quotidiana, trabalho que vai continuar.

Entretanto, a Confederaç­ão Nacional dos Institutos Religiosos esclareceu que a Fraternida­de do Cristo Jovem “não é um convento” – trata-se de uma “associação de fiéis” – e que as arguidas “não são freiras”, pelo que as queixosas também não são noviças.

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Mais de duas dezenas de inspetores da PJ fizeram buscas na Fraternida­de

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