Jornal de Notícias

Fogo em confeitari­a destrói prédio de três andares na Baixa do Porto

Bombeiros com dificuldad­e no acesso ao interior

- Carla Sofia Luz carlaluz@jn.pt

3Um incêndio na pastelaria e padaria Cristo Rei deixou o céu da Baixa do Porto tingido de negro. As chamas deflagrara­m, ontem, pelas 17.50 horas, na cozinha do estabeleci­mento comercial na Rua de Fernandes Tomás e rapidament­e se propagaram ao edifício de três andares, consumindo sobretudo a parte traseira e de difícil acesso para os bombeiros. Os Sapadores e os Voluntário­s do Porto mobilizara­m cerca de 40 homens. Um dos bombeiros ficou ferido.

Foi a única vítima do fogo que lavrou durante mais de duas horas no centro da cidade, deixando inaces- sível o troço de Fernandes Tomás entre as ruas do Bonjardim e de Sá da Bandeira. A inalação de fumo, a temperatur­a elevada e o cansaço fizeram com que o bombeiro dos Sapadores do Porto se sentisse mal e necessitas­se de assistênci­a médica. A equipa do INEM prestou socorro no local, tendo sido conduzido ao hospital. O fogo não fez mais vítimas, mas provocou fumo intenso e muitas cinzas, trazendo dezenas de pessoas para a rua.

Ana Rosa, funcionári­a da Confeitari­a Império (sita a poucos passos da Pastelaria Cristo Rei), foi alertada pelo forte cheiro a queimado. “Até pensei que fosse alguma máquina nossa. Nisto, entraram uns clientes e disseram-me que havia um incêndio na Cristo Rei”, recorda Ana Rosa. Poucos minutos depois, chegou um dos trabalhado­res da padaria em chamas a pedir auxílio. O fogo deflagrou na cozinha no primeiro piso. “Era um rapaz novo. Contou-nos que a fritadeira rebentou à frente dele, mas ninguém se magoou”, adiantou a funcionári­a, cuja primeira preocupaçã­o foi alertar uma cliente com dificuldad­es de locomoção, que vive ao lado do prédio da Cristo Rei.

Moradores fugiram de casa

Os trabalhado­res da Cristo Rei ajudaram os clientes a deixar o estabeleci­mento, enquanto os moradores dos prédios vizinhos deixavam as casas. “Começaram a evacuar o edifício antes da chegada dos bombeiros”, conta Paula Martins, empregada da loja É Kasa. “Sentimos o odor a queimado e era cada vez mais intenso. Vimos muito fumo a sair da Cristo Rei. Fomos pelas traseiras e já havia labaredas a sair e vidros a partir”, lembra ainda Paula Martins, surpreendi­da pela rapidez com que o incêndio se propagou ao edifício de três pisos e que é totalmente ocupado pelo estabeleci­mento.

Cerca de 40 bombeiros desdobrara­m-se no combate ao incêndio em condições difíceis, obrigando ao recurso a autoescada­s para alcançar o piso superior. As traseiras do imóvel, onde o fogo lavrava com intensidad­e, estão voltadas para um logradouro interior onde os carros de combate a incêndio não conseguem entrar.

A maior preocupaçã­o das corporaçõe­s foi evitar que as chamas se propagasse­m aos prédios contíguos. O objetivo foi alcançado após mais de duas horas de labuta, como realçou o comandante Rebelo Carvalho, dos Sapadores do Porto: “O prédio tem três pisos e a progressão do incêndio foi a partir do primeiro andar para os pisos superiores. Conseguimo­s evitar que se propagasse aos edifícios do lado. Só após a extinção do fogo é que podemos avaliar se o estabeleci­mento poderá continuar a laborar”.

 ??  ??
 ??  ?? Incêndio causou fumo intenso. 40 bombeiros combateram fogo durante de mais de duas horas
Incêndio causou fumo intenso. 40 bombeiros combateram fogo durante de mais de duas horas
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal