Jornal de Notícias

Acordo põe fim à greve e aos despedimen­tos

- PORTO DE LISBOA

Foi ao final de quase 15 horas de reunião que, na noite de sexta-feira, estivadore­s e operadores do Porto de Lisboa chegaram a acordo para pôr fim à greve que durava desde 20 de abril. O acordo, mediado pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, prevê uma nova tabela salarial e um novo regime de progressão na carreira, além de uma solução para a Porlis, um dos principais motivos do protesto.

As duas partes do conflito, que já se prolonga desde 2012, conseguira­m, assim, chegar a um acordo que implica a assinatura de um novo Contrato Coletivo de Trabalho, que irá vigorar por seis anos. A greve no Porto de Lisboa será agora suspensa, no prazo máximo de 24 horas após a assinatura do acordo. No prazo de 15 dias, será assinado o novo Contrato Coletivo de Trabalho.

O acordo prevê a resolução das três questões onde se mantinham as divergênci­as.

Primeiro, a Porlis não poderá admitir mais trabalhado­res e a situação dos atuais deverá ser resolvida no prazo máximo de dois anos. A Porlis é uma empresa do grupo Mota-Engil que também opera no Porto de Lisboa. Contudo, os seus colaborado­res não têm o estatuto de trabalhado­r portuário. Esta solução implica, ainda, admitir 23 trabalhado­res eventuais nos quadros da ETPL – Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa no prazo máximo de seis meses.

Segundo, foi acordado um regime misto de “progressõe­s automática­s na carreira por decurso do tempo” e de “progressõe­s por mérito com base em critérios objetivos”. Ainda no âmbito da carreira, foi acordada uma nova tabela salarial com dez níveis, incluindo dois adicionais com remuneraçõ­es para os novos trabalhado­res que serão inferiores às atualmente praticadas. Não haverá, contudo, aumentos salariais, confirmou ao JN/Dinheiro Vivo Morais Rocha, presidente da Associação dos Operadores do Porto de Lisboa (AOPL).

Por último, o exercício das funções de “ship planning” e de “yard planning” será feito, prioritari­amente, por trabalhado­res portuários “com experiênci­a e preparação para as exercer”.

Alcançado o acordo, os operadores vão agora travar o processo de despedimen­to coletivo que tinham anunciado esta semana. “Não faz mais sentido”, diz Morais Rocha.

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Operadores perderam 300 mil euros por dia com a greve dos estivadore­s

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