Jornal de Notícias

Dominam em noite de grande bronca

Rock in Rio Korn tocaram apenas quatro canções devido a problemas técnicos

- Cristiano Pereira e Catarina Cruz cultura@jn.pt

Foi, para já, a grande história desta edição do Rock in Rio: os Korn tocaram apenas quatro músicas e meia e desaparece­ram sem deixar rasto. O público – estavam 56 mil pessoas no recinto – ficou furioso.

Na noite de sexta, a banda norte-americana liderada por Jonathan Davis surgiu em palco com 20 minutos de atraso, mas nem lá ficou mais de dois minutos porque a eletricida­de foi-se abaixo no início de “Blind”, a primeira canção. Voltaram uma segunda vez mas o som voltou a falhar no mesmo ponto da canção. A banda abandonou de novo o palco, desta feita com um ar ainda mais frustrado e o público, impaciente, não tardou a entoar, em coro, impropério­s contra o festival. Depois de um longo silêncio, os Korn acabariam por regressar, mas só tocaram quatro canções e meia antes de a eletricida­de falhar novamente.

Mal o espetáculo terminou, centenas de pessoas juntaram-se no “Ponto Seguro” para escrever no livro de reclamaçõe­s. Foram registadas “menos de 200 queixas”, disse uma fonte ao JN. Em comunicado, a organizaçã­o do Rock in Rio lamentou o sucedido. “Tudo indica que o problema foi do equipament­o da banda estando, ainda, os detalhes a serem apurados”, pode ler-se na nota enviada aos jornalista­s. A organizaçã­o acrescenta, ainda, que recolheu as reclamaçõe­s do público e que lhes irá dar uma resposta nos próximos dias.

Depois da bronca, ainda se temeu um desastre com a chegada dos Hollywood Vampires. Mas Alice Cooper e companhia acabaram por semear a festa e fazer esquecer, em parte da assistênci­a, aquela tragédia. Acabou por acontecer uma digna celebração do rock’n’roll. Muitas atenções estavam sintonizad­as em Johnny Depp. E não obstante a catrefada de tragédias que nos últimos dias lhe caíram em cima – a morte da mãe, o divórcio, as acusações da ex-mulher – manteve a postura, sorridente do princípio ao fim, a tocar, sem teatro, como um grande músico.

Hora e meia de puro rock

Alice Cooper, olhos afundados em negro, colete preto na camisa branca, foi o piloto daquela máquina. Joe Perry destruiu a guitarra no final de “My generation”, dos The Who. Alice Cooper tocou harmónica em “Whole Lotta Love”, dos Led Zeppelin. Joe Perry cantou “Stop messy around”, dos Fleetwood Mac.

E ao longo de uma hora e meia tocaram “Manic depression”, de Jimi Hendrix, “Cold Turkey”, de John Lennon, “Come together”, dos Beatles”, “Five to one” e “Break on through” dos Doors, “Rebel Rebel”, de Bowie” ou, entre outras, “Ace of spades” dos Motorhead. Acabaram por sair triunfante­s, depois de um encore com “School’s out” e “Another brick in the wall”.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal