Albaneses no negócio do tráfico de “Vítor do Ouro”
Vítor Cardoso, conhecido por “Vítor do Ouro”, o homem da Sé do Porto que a PJ considera um dos maiores traficantes de heroína a atuar na Invicta, seria abastecido por uma rede albanesa, com “delegação” na Galiza.
Segundo um agente da Guardia Civil que ontem testemunhou no julgamento de “Vítor do Ouro”, no Tribunal S. João Novo, o pretenso traficante portuense era abastecido por albaneses que, a partir de 2014, montaram arraiais na zona de Pontevedra. A ligação entre Vítor e o grupo albanês terá sido intermediada por “Xavier”, cidadão espanhol ligado ao narcotráfico
O polícia espanhol, que depôs por videoconferência, contou das interceções telefónicas em que “Vítor do Ouro” surge como “o vizinho” ou “Mou”, e deu conta dos vários encontros dos albaneses com Vítor, sendo que quando aconteciam em Portugal, era a PJ do Porto que os vigiava. Aconteceriam num conhecido restaurante da Invicta e no café que Vítor explorava na Sé e que serviria de “disfarce” para o tráfico.
A testemunha contou ainda que, aquando da detenção dos albaneses e de “Xavier”, num hotel de Valência, dois dias depois de a PJ deter Vítor – na véspera de Natal de 2015 – foram encontrados “dois livros” com a “contabilidade” onde figurariam os fornecimentos e pagamentos.
Carlos e Luísa Macanjo, advogados do alegado traficante e da mulher, protestaram contra o relato das escutas espanholas, feito a pedido da procuradora – “não fazem parte do processo”, argumentaram – mas o juiz presidente deixou continuar.