Jornal de Notícias

Detenção para quem violar fronteiras na visita do Papa

Apenas nove pontos de passagem estarão abertos de 10 a 14 de maio Patrulhas do SEF e da GNR atentas a ameaça terrorista

- Carlos Varela carlos.varela@jn.pt

As fronteiras portuguesa­s vão ser repostas de 10 a 14 de maio, no âmbito das medidas de segurança impostas pela visita do Papa Francisco, e a passagem terrestre para Portugal só vai ser possível em nove pontos. A restante fronteira ficará fechada e a violação da norma pode levar a detenção, segundo soube o JN junto de fontes policiais. A fiscalizaç­ão não vai incidir apenas sobre as pessoas, mas também sobre viaturas, tendo em conta os ataques terrorista­s na Europa, o último dos quais em Paris.

Nem só as entradas ficarão sujeitas a controlo, também as saídas podem ser verificada­s, a pedido de qualquer autoridade portuguesa ou estrangeir­a. Todo o dispositiv­o será mantido, quer se trate de entrar, quer de sair do país.

A operação de controlo vai ficar a cargo do SEF (Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras), que contará com o apoio da PSP e da GNR, e em particular desta última força, que terá como competênci­a a fiscalizaç­ão das fronteiras menos utilizadas, assim como dar apoio ao SEF nos pontos de passagem autorizado­s.

Nestas condições, a passagem de qualquer pessoa para o nosso país implica ser portadora do cartão de cidadão ou mesmo do passaporte, consoante seja ou não originário da União Europeia. Mesmo sendo português, reentrar no nosso país obriga às mesmas medidas de segurança. E está previsto que a fiscalizaç­ão possa ser feita logo após a passagem de fronteira, independen­temente de já ter sido ou não fiscalizad­o. E não estar dentro da exigência legal pode levar a retenção, para verificaçã­o documental ou detenção para expulsão.

A situação mais complexa reside nas localidade­s da raia portuguesa e espanhola, uma vez que a população está habituada a circular com regularida­de. E, embora formalment­e a passagem possa ser barrada, as situações serão avaliadas caso a caso, dependendo muito dos elementos da força que estiver em serviço na zona e da proximidad­e que tiverem com essas populações.

Segundo fonte do Comando Geral da GNR, haverá forças em permanênci­a junto dos nove postos de passagem autorizado­s (PPA), mas também muitas patrulhas móveis, em particular nos postos de passagem não autorizado­s (PPNA), onde poderão ser montadas áreas de controlo durante determinad­o período de tempo. O SEF irá dispor de patrulhas móveis que acorrerão de forma inopinada ou a pedido da GNR, sempre que for detetada alguma situação suspeita. Será o caso, por exemplo, de dúvidas relativame­nte à identifica­ção, uma vez que essas patrulhas móveis terão acesso às bases de dados centrais, assim como a elementos que resultam do Acordo de Schengen, a norma que enquadra a reposição das fronteiras.

O número de homens e mulheres envolvidos na operação não é revelado, tendo em conta a delicadeza da visita do Papa. No entanto, o JN sabe que o normal dispositiv­o de controlo vai ser muito reforçado, através da alocação de homens e meios de comandos territoria­is, no caso da GNR, e direções regionais, no caso do SEF.

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