Meios da GNR à civil junto aos peregrinos
Dezenas de militares da GNR vão andar à civil no meio dos peregrinos, no sentido de detetar movimentos suspeitos por parte de indivíduos que possam estar associados ao crime comum ou ao crime violento, soube o JN.
O Comando Geral da GNR não comenta esta informação, limitando-se a adiantar que serão tomadas “medidas especiais de segurança”, tendo em conta a excecionalidade do evento, recusando, porém, pormenorizar o planeamento.
O JN sabe que o papel de “infiltração” estará entregue, sobretudo, aos elementos da Investigação Criminal da GNR, efetivos que já estão habituados a trabalhar à civil e com condutas que não os denunciam enquanto polícias.
O número de homens ainda não está definido, mas está a ser preparado o deslocamento de vá- rios elementos dos comandos territoriais para Fátima, onde vão ficar enquanto decorrer a visita do Papa.
Uma vez que Fátima se integra nas competências territoriais da GNR, este tipo de policiamento em eventos religiosos já não constitui uma novidade para os militares. Mas tendo em conta a presença do Papa, o empenhamento de meios vai ser muito reforçado, mesmo com elementos que nunca trabalharam na zona, nem neste tipo de missão.
No entanto, estes efetivos estão a ser preparados para enfrentar uma situação completamente nova, que é terem de estar atentos desde o vulgar carteirista até indícios de uma eventual movimentação terrorista. Os carteiristas que normalmente operam em Fátima são conhecidos das autoridades e a deslocação deste tipo de criminosos para zonas de grandes concentrações de pessoas é habitual. Mas, agora, as preocupações passam também por outros níveis de risco, em particular o terrorismo. Daí que os militares tenham vindo a ser industriados no sentido de detetarem sinais de atividade que possa ser associada a ameaças de terrorismo.
Estará presente, assim, uma ligação estreita, através do Sistema de Segurança Interna, com a Unidade Nacional Contra Terrorismo da PJ, que tem a competência para agir na nesta área, no âmbito de inquéritos-crime, ou de monitorização para efeitos preventivos. A ligação é efetuada também com os serviços de informações, que regularmente fazem a reavaliação dos níveis de ameaça.
A missão de vigilância cabe à Investigação Criminal da GNR