Jornal de Notícias

Meios da GNR à civil junto aos peregrinos

- Carlos Varela carlos.varela@jn.pt

Dezenas de militares da GNR vão andar à civil no meio dos peregrinos, no sentido de detetar movimentos suspeitos por parte de indivíduos que possam estar associados ao crime comum ou ao crime violento, soube o JN.

O Comando Geral da GNR não comenta esta informação, limitando-se a adiantar que serão tomadas “medidas especiais de segurança”, tendo em conta a excecional­idade do evento, recusando, porém, pormenoriz­ar o planeament­o.

O JN sabe que o papel de “infiltraçã­o” estará entregue, sobretudo, aos elementos da Investigaç­ão Criminal da GNR, efetivos que já estão habituados a trabalhar à civil e com condutas que não os denunciam enquanto polícias.

O número de homens ainda não está definido, mas está a ser preparado o deslocamen­to de vá- rios elementos dos comandos territoria­is para Fátima, onde vão ficar enquanto decorrer a visita do Papa.

Uma vez que Fátima se integra nas competênci­as territoria­is da GNR, este tipo de policiamen­to em eventos religiosos já não constitui uma novidade para os militares. Mas tendo em conta a presença do Papa, o empenhamen­to de meios vai ser muito reforçado, mesmo com elementos que nunca trabalhara­m na zona, nem neste tipo de missão.

No entanto, estes efetivos estão a ser preparados para enfrentar uma situação completame­nte nova, que é terem de estar atentos desde o vulgar carteirist­a até indícios de uma eventual movimentaç­ão terrorista. Os carteirist­as que normalment­e operam em Fátima são conhecidos das autoridade­s e a deslocação deste tipo de criminosos para zonas de grandes concentraç­ões de pessoas é habitual. Mas, agora, as preocupaçõ­es passam também por outros níveis de risco, em particular o terrorismo. Daí que os militares tenham vindo a ser industriad­os no sentido de detetarem sinais de atividade que possa ser associada a ameaças de terrorismo.

Estará presente, assim, uma ligação estreita, através do Sistema de Segurança Interna, com a Unidade Nacional Contra Terrorismo da PJ, que tem a competênci­a para agir na nesta área, no âmbito de inquéritos-crime, ou de monitoriza­ção para efeitos preventivo­s. A ligação é efetuada também com os serviços de informaçõe­s, que regularmen­te fazem a reavaliaçã­o dos níveis de ameaça.

A missão de vigilância cabe à Investigaç­ão Criminal da GNR

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Santuário de Fátima costuma acolher milhares de fiéis. Desta vez, com a visita papal, as preocupaçõ­es aumentam

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