Aproximação de frota dos EUA faz crescer tensão
Península coreana Propaganda de Pyongyang ameaça “varrer” Estados Unidos. Donald Trump quer ver Pequim a “agir”, mas presidente da China pede contenção
Um sítio de propaganda da Coreia do Norte na Internet advertiu os Estados Unidos de que serão “varridos da face da Terra” se desencadearem uma guerra na península, enquanto o presidente chinês exortava o seu homólogo norte-americano para que faça conter a tensão na região.
Sábado, o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, anunciou que o porta-aviões Carl Vinson chega “dentro de alguns dias” ao mar do Japão. Pyongyang, que alegadamente tenciona construir um míssil capaz de atingir o con- tinente americano, realizou dois ensaios de mísseis desde o início do mês.
Numa série de editoriais, o jornal coreano “Rodong Sinmun” explica que as forças do país não estão impressionadas com a chegada iminente da esquadra que o “Carl Vinson” lidera, que representa “uma chantagem militar sem disfarces”, mas que estão prontas para afundá-lo “com um único ataque”.
Para o sítio “Uriminzokkiri”, o envio do “Carl Vinson” constitui uma declaração de guerra. “É a prova de que uma invasão da Coreia do Norte fica mais próxima todos os dias”, escreve. Em caso de ataque ao país, “o Mundo verá como os porta-aviões inconscientes de Washington são reduzidos a pedaços de aço e naufragam e como um país chamado América é varrido da face da Terra”.
Pence, que terminou uma viagem à região, reiterou que face às ambições nucleares norte-coreanas “todas as opções estão sobre a mesa”, incluindo a militar. Em conversação telefónica com o presidente do EUA, Donald Trump, o presidente chinês, Xi Jinping, pediu contenção.
Segundo a agência chinesa Xinhua, os dois dirigentes concordaram em manter contactos através de diferentes canais.
Trump tem acusado Pequim de não agir, face à insistência da Coreia do Norte em testar mísseis de médio e longo alcances e em desenvolver um programa nuclear, avisando que os EUA estão prestes a agir, caso a China não consiga controlar o vizinho.
A frota norte-americana encontra-se próximo das Filipinas, onde realiza exercícios militares com o Japão. Uma força naval conjunta deverá dirigir-se no final desta semana para norte e aproximar-se da península coreana.