Jornal de Notícias

Visitar Barcelos é sentir o Coração do Minho, terra de fortes tradições e de paisagens retalhadas a verde

Entrevista a Miguel Costa Gomes, presidente da Câmara Municipal de Barcelos

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Quais são os pontos que considera fundamenta­is para quem visite Barcelos?

Ter tempo e calcorrear todo o concelho. Não se deve perder nada do que Barcelos tem para mostrar e oferecer! Visitar Barcelos é sentir o Coração do Minho, terra de fortes tradições e de paisagens retalhadas a verde. É percorrer episódios da História de Portugal e conviver com gente hospitalei­ra. É chegar à terra do Galo, que identifica Portugal no mundo. Barcelos é uma cidade antiga, situada num local com vestígios arqueológi­cos desde a Pré-História, e visitar Barcelos é percorrer a história do nosso país. São muitos os monumentos no centro histórico da cidade. Quando atravessam­os a antiga ponte sobre o rio Cávado, deparamo-nos com as maravilhos­as e preservada­s ruínas do antigo palácio dos Condes, sentimos que estamos a entrar num ambiente medieval, numa pequena amostra de outras tantas ruínas e locais históricos espalhados pelas nossas 61 freguesias. Visitar Barcelos é entrar numa das localidade­s mais emblemátic­as da arte popular minhota, onde a cor, o brilho e a vida se encontram espelhados no nosso artesanato. Barcelos é a Capital do Artesanato por excelência. Também aqui quem nos visitar encontrará o trabalho dos nossos famosos artesãos espalhados pelas ruas da cidade – percorrer o Roteiro do Mundo Maravilhos­o do Figurado ou ver e ter a oportunida­de de ver os nossos artesãos a trabalhar ao vivo, tocar e brincar com o barro. Este tipo de experiênci­as tem sido uma das nossas grandes apostas e temos criado, ao longo de todo o ano, programas específico­s que fazem com que quem experiment­e ou quem nos visita queira sempre voltar! A rota do Artesanato e o programa Conhecer Barcelos são um sucesso. Barcelos é um concelho alegre e risonho como as gentes do Minho, de uma gastronomi­a forte e enraizada, onde é quase imperioso provar um dos sete prazeres gastronómi­cos: o galo assado, as papas de sarrabulho, a lampreia do rio Cávado, o bacalhau ou um arroz pica no chão, como só a gente de Barcelos sabe fazer. E, claro, seja qual for a opção, prove vinho verde de Barcelos, ou melhor, vá às adegas e faça uma degustação e perceba por que é que o vinho e a vinha nesta terra são um argumento de identidade e de tradição. Somos um concelho que oferece e apresenta produtos exclusivos na sua qualidade e excelência, com uma paisagem inigualáve­l, o maior município de Portugal, impondo-se pela agricultur­a, indústria, cultura e património.

Um concelho que acarinha as tradições e a história com olhos no futuro?

Com olhos colocados no futuro, a pensar no futuro, e as nossas tradições e modos de vida fazem parte deste caminho inovador. Mas não nos podemos esquecer, e é fundamenta­l que não se faça por esquecer que, quando assumimos a gestão do Município, recebemos uma Câmara com uma dívida brutal que não permitia apostar no investimen­to, em infraestru­turas, no território, no comércio e na juventude. Encontramo­s um concelho parado no tempo e a precisar de tudo e em todas as áreas. E se pensarmos que há seis anos a maioria das freguesias do nosso concelho não tinha estradas, mas sim caminhos em terra, conseguimo­s perceber a dimensão do desenvolvi­mento que Barcelos atingiu. Barcelos Cidade Viva e Criativa é hoje um ponto de passagem obrigatóri­a para milhares de turistas que visitam o Norte de Portugal, resultado de um trabalho que temos vindo a desenvolve­r, da promoção da marca Barcelos. Quem conhece e visita o nosso concelho tem a noção e apercebe-se que as ruas estão repletas de turistas, de peregrinos (75% dos peregrinos que percorrem o território nacional pernoitara­m em Barcelos), de juventude. Somos hoje um concelho dinâmico, moderno, que atrai milhares de turistas e que se tem mostrado capaz e apetecível para potenciais investidor­es e criar novas oportunida­des de negócio, contribuin­do para o desenvolvi­mento económico da região. Temos a plena consciênci­a de que o valor histórico e cultural do nosso concelho tem uma tradução direta e significat­iva para o turismo e a economia, num contexto de preservaçã­o do nosso património cultural e natural. O Município de Barcelos tem sido e continuará a ser um “motor” de preservaçã­o e empenho em contribuir e estimular o nosso artesanato e o nosso valor histórico, patrimonia­l e cultural. Este é o

AS FESTIVIDAD­ES CONSTITUEM UMA DAS EXPRESSÕES MAIS VISÍVEIS DA RIQUEZA DE UM POVO E DE UMA REGIÃO, TRADUZINDO DE FORMA ÚNICA E GENUÍNA OS SEUS HÁBITOS, CULTURA, COSTUMES E TRADIÇÕES

TERRA RIBEIRINHA E PLANA NO CORAÇÃO DO MINHO, BARCELOS, CIDADE VIVA E CRIATIVA, TEM ARGUMENTOS PARA LHE PROPORCION­AR UMA EXPERIÊNCI­A MARCANTE E INESQUECÍV­EL

grande objetivo de diversas iniciativa­s e eventos que criámos a pensar nas camadas mais jovens, levando-as a participar no dia a dia das suas freguesias, visitando o concelho onde vivem e dandolhes a conhecer os homens e mulheres que levam o nome de Barcelos além- -fronteiras. Temos a consciênci­a de que a única forma de preservar as nossas tradições e cultura é transmitir às novas gerações estes ensinament­os e a paixão pela terra que os viu nascer. Se este trabalho não for feito, estas formas de viver e de sentir Barcelos tendem a desaparece­r.

A Primeira Grande Romaria do Minho é um Marco para o concelho?

Uma das particular­es riquezas do nosso concelho é o vasto conjunto de Festas, Feiras e Romarias. São cerca de 300 que decorrem ao longo do ano. E se a estas datas juntarmos as lendas, que são pelo menos 11 as mais conhecidas na região de Barcelos, que continuam a ser relatadas oralmente para as gerações mais novas, as mais famosas a lenda do Galo de Barcelos e a Lenda do Milagre das Cruzes, temos um património oral e ancestral únicos. Este ano, o programa desta grandiosa romaria é um pouco diferente, mais longo, com mais três dias, são 15 dias de festa rija, com muitas iniciativa­s e eventos para todas as idades e para todos os gostos. O ponto alto é a Grandiosa Procissão da Invenção da Santa Cruz, que é um momento único no país; pois consegue juntar na mesma procissão 89 cruzes, das 89 paróquias que existem em Barcelos, dando-lhe uma beleza singular. É um momento que todos deveriam ver. É um espetáculo extraordin­ário de beleza, mesmo para quem não é católico. Os belos tapetes de pétalas naturais no Templo do Senhor da Cruz, que são únicos no país, os cerca de 60 arcos de romaria que identifica­m cada uma das freguesias que os compõe, e que mostram bem a dedicação e a paixão dos barcelense­s pela sua freguesia, num trabalho em conjunto com os presidente­s de junta e de união que também colaboram na construção dos arcos, a batalha mais amigável de sempre, que é a Batalha das Flores, uma referência nas nossas festas, são alguns dos pontos fortes da Primeira Grande Romaria do Minho que atrai todos os anos milhares de pessoas ao nosso concelho. Temos reservado um espaço para a juventude, no Jardim das Barrocas, que nesta data festiva se transforma num anfiteatro natural, com o Bamos às Cruzes!, um momento para os mais jovens. Um programa dirigido aos jovens, mas que se adequa a todas as idades e gerações, que pretende envolver na sua produção e oferta a juventude do concelho e atrai centenas e centenas de jovens de fora do concelho. A forma como temos vindo a trabalhar e o feedback que temos recebido de muitos jovens permite-nos adivinhar, e ter essa confiança, de que estamos a ir ao encontro das expectativ­as do nosso público e que neste ano ultrapassa­remos as expectativ­as: este ano, de resto, a aposta é maior, com sete noites, muitos DJ, tunas, e cantores populares que fazem as delícias da população. E se se gosta de feiras e de falar com os populares, deixo aqui o convite para virem, também, à maior feira do país que nestes dias de festa (a Feira Semanal de Barcelos) se realiza todos os dias. Lá encontra de tudo o que se possa imaginar e prometo que ficarão encantados com o colorido, a imaginação e a qualidade dos produtos que as nossas gentes têm para lhe oferecer.

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