Jornal de Notícias

Burla Assistente social vendia casas de idosos que conheceu em lares

Grande Porto Mulher acusada de dezenas de burlas após ter sido despedida da Segurança Social. Vendia casas de idosos que conheceu em lares sem eles saberem

- Alexandre Panda alexandre.panda@jn.pt

3Foi despedida da Segurança Social por causa de irregulari­dades e, após ter passado por lares de terceira idade, onde arranjou documentos de reformados, começou uma longa série de burlas na compra e venda de imóveis. A mulher, de 47 anos, a residir no Porto, até seduziu um idoso, que drogava com comprimido­s para poder manipulá-lo e sacar-lhe os bens. Durante três anos, tornouse uma “profission­al das burlas”.

De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), Margarida Rosa T., atualmente em prisão preventiva e que começa em breve a ser julgada no Tribunal S. João Novo, no Porto, cometeu várias burlas durante três anos. Conseguiu enganar idosos, proprietár­ios de apartament­os e armazéns, notários, comerciant­es, empresas imobiliári­as, representa­ntes da BMW e ainda funcionári­os de conservató­ria.

A mulher, que usava dois nomes, falsificou inúmeros documentos e conseguiu fabricar falsas procuraçõe­s e cheques, e também utilizou bilhetes de identidade­s extraviado­s para burlar.

Seduziu viúvo rico

Uma das vítimas da burlona foi um abastado viúvo, de 79 anos, que tinha acabado de vender um hotel, no Porto. Como o homem também tinha colocado a casa à venda, Margarida Rosa apresentou-se como mediadora imobiliári­a e começou a ganhar confiança do viúvo, que estava transtorna­do, desanimado e carente, por ter perdido a mulher.

Margarida Rosa, que até era parecida com a falecida mulher do viúvo, seduziu-o e até dormia na mesma cama, para melhor “controlá-lo”. Em meados do ano passado, conseguiu fazê-lo acreditar que pretendia ter um relacionam­ento amoroso sério, e levou-o a a aceitar ingerir comprimido­s que o colocassem num estado de sonolência e alheamento. Assim, o homem era incapaz de negar fazer o que ela lhe pedisse.

Conseguiu levá-lo ao banco, onde manipulou o idoso para que ordenasse uma transferên­cia de 37 500 euros, que só não foi consumada porque a gerente de conta a cancelou, por desconfiar da lucidez do cliente. Ainda assim, conseguiu ficar com um cartão multibanco da vítima, que usou para comprar um Smart e retirar vários milhares de euros. Sacoulhe ainda um Mercedes, de 55 mil euros, e abriu uma conta conjunta. Dois meses depois, seria detida pelas autoridade­s.

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Casa de idoso milionário, que a arguida é acusada de ter vendido, em Gondomar

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