Caminhos de Fátima abrem guerra entre associações
As duas principais associações que nos últimos anos têm definido e marcado os caminhos de peregrinação até Fátima estão em guerra aberta, depois do JN ter noticiado a alegada falta de coordenação na gestão dos percursos que podem tirar os peregrinos das estradas principais e levá-los até à Cova da Iria em melhores condições de segurança. Isto a pouco menos de duas semanas de milhares de fiéis se fazerem à estrada para assistirem às celebrações presididas pelo Papa Francisco, a 12 e 13 de maio.
Em reação às acusações lançadas por Rodrigo Cerqueira, presidente da Associação dos Amigos dos Caminhos de Fátima (AACF), o Centro Nacional de Cultura (CNC) enviou uma carta à AACF lamentando a “quebra de solidariedade” entre as duas entidades e afirmando-se como “titular de direitos relativamente ao projeto Caminhos de Fátima e respetiva marca (na sua dimensão nominal e visual)”. Maria Calado, presidente do CNC, acusa Rodrigo Cerqueira de estar a utilizar “ilegitimamente a referência a este projeto, uma vez que ele se subordina a regras claras e definidas que não podem deixar de ser cumpridas”.
Ontem, e depois de esperar uma semana pela reação à resposta que enviou ao CNC, o presidente da AACF voltou à carga, com uma declaração na página de Facebook da associação, onde tece críticas ainda mais duras relativamente à forma como têm sido geridos os vários caminhos. “Um caminho mal marcado ou inexistente destrói a confiança dos peregrinos. Não praticamos teoria de gabinete. Arregaçamos as mangas e colocamos mãos à obra, sempre que é preciso e onde é preciso”, afirma Rodrigo Cerqueira.
Para sustentar as suas afirmações, o presidente da AACF alega que alguma da informação disponibilizada pelo CNC é retirada do site da sua associação, que o Caminho do Mar (Estoril/Cascais-Fátima) foi marcado pelo CNC em apenas um dia e que o Caminho da Nazaré “põe em risco a vida dos peregrinos”, ao fazê-los atravessar o IC9 e obrigá-los a saltar as cercas das vias rápidas que rodeiam a Nazaré.