Jornal de Notícias

783 moradores no Bonfim contra parcómetro­s

Porto Abaixo-assinado “Contra a privatizaç­ão das ruas” foi entregue na Junta, reclamando tomada de medidas. Também chegará à Assembleia Municipal

- Miguel Amorim mamorim@jn.pt

3O abaixo-assinado contra a proliferaç­ão de parcómetro­s na freguesia do Bonfim, no Porto, com 783 subscritor­es, já está na possse da Junta de Freguesia. Fernando Matos Rodrigues, o promotor da iniciativa, prometeu levar, agora, o tema à Assembleia Municipal e apresentar “propostas concretas”. José Manuel Carvalho, o presidente da Junta, considerou que o tema está ser tratado com “ligeireza” e que “não cabe à Junta decidir sobre a matéria”, acrescenta­ndo que a Câmara sempre esteve aberta ao “diálogo”.

O abaixo-assinado foi notícia no JN no dia 22 de fevereiro – na altura estavam previstas cerca de 1000 assinatura­s –, tendo José Manuel Carvalho referido, anteontem, na Assembleia de Freguesia, que, a 22 de fevereiro, contactou os serviços da Câmara, que manifestar­am “disposição para ouvir, sem fazer promessas”. O presidente da Junta assinalou que “desde aí já passaram mais de 30 dias e ninguém lá foi.” A este respeito, Fernando Matos Rodrigues, arquiteto e professor, explicou que “antes de ir à Câmara, o documento (com 783 subscritor­es) tinha que passar pela Junta”.

“Imposto de forma encoberta” No documento, com o título “Pelo direito à cidade, contra a privatizaç­ão das ruas no Bonfim”, é pediTodas do que sejam tomadas “previdênci­as na defesa do direito de uso do espaço público”. É sublinhado que “o número de lugares de estacionam­ento concession­ados, pagos, tem aumentado de forma exponencia­l, reduzindo quase a zero os lugares gratuitos que existiam”.

Os parcómetro­s são vistos como “mais um imposto de forma encoberta, penalizand­o famílias, instituiçõ­es e empresas”. Os subscritor­es reclamam “a discussão e tomada de posição de forma a restaurar direitos, alienados pela desproposi­tada privatizaç­ão”.

José Manuel Carvalho garantiu “respeitar” o abaixo-assinado, mas discordou dos seus termos. “Não estão interessad­os em resolver, mas em mediatizar”, comentou, revelando que até “há moradores na Avenida Camilo a pedirem parcómetro­s, porque consideram um caos a atual situação”.

as forças políticas – o PCP tinha abandonado a sala – mostraram-se recetivas a acompanhar o caso, embora Paulo Neves, do movimento Porto, Nosso Partido, afeto a Rui Moreira, tenha defendido a Câmara, ao dizer que “o dossiê não está fechado”. Também referiu que “os parcómetro­s disciplina­m o trânsito” e assinalou que “Portugal não é caso único”.

Rui Paredes, do PSD, acusou a Câmara de “tentar silenciar as vozes discordant­es” e falou em “claustrofo­bia”. Luísa Cunha, do Bloco de Esquerda, congratulo­u-se com a “discussão do problema, visando encontrar soluções e alternativ­as”.

Subscritor­es dizem que lugares gratuitos “foram reduzidos quase a zero”

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Proliferaç­ão de parcómetro­s foi a debate na Assembleia de Freguesia do Bonfim

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