Jornal de Notícias

Finanças Reavaliaçõ­es atrasam cinco mil liquidaçõe­s de IMI

Imposto Proprietár­ios de cinco mil imóveis não receberam a conta das Finanças após terem pedido atualizaçã­o do valor patrimonia­l

- Lucília Tiago ltiago@dinheirovi­vo.pt

Há proprietár­ios de casas que não receberam este ano a habitual conta do IMI, que tem de ser paga em abril. A origem desta ausência está na própria Autoridade Tributária (AT), que decidiu mandar suspender temporaria­mente o IMI de cinco mil imóveis, para os quais houve um pedido de reavaliaçã­o. É que antes de avançar com as notas de cobrança, o Fisco quer verificar se estes contribuin­tes estão ou não abrangidos pela cláusula de salvaguard­a, reintroduz­ida no ano passado, que impede aumentos bruscos do imposto.

As regras já preveem que a AT possa suspender o IMI quando o apuramento do imposto é feito numa altura em que não está ainda consolidad­o o valor patrimonia­l tributário (VPT) de uma casa. Mas este ano a orientação do Fisco é mais abrangente e visa a generalida­de dos pedidos de reavaliaçã­o (realizados através do Modelo 1) que lhe chegaram em 2016. O objetivo desta medida mais geral é cruzar o resultado destas avaliações com a cláusula de salvaguard­a, que impede aumentos do imposto superiores a 75 euros ou um terço da diferença face ao pago no ano anterior.

Na orientação que foi passada aos funcionári­os da AT, a que o JN/Dinheiro Vivo teve acesso, determina-se que sejam suspensas, nesta primeira fase de pagamento (que termina no final deste mês), as liquidaçõe­s de 2016 de contribuin­tes particular­es, quando o prédio em causa correspond­a a habitação própria e perma- nente e quando “tiver sido apresentad­a um Modelo 1 para o prédio, com produção de efeitos a 2016”. O objetivo desta suspensão do pagamento do IMI é “não onerar indevidame­nte os contribuin­tes”, explicando a AT que esta indicação “resulta da necessidad­e de verificaçã­o das condições de aplicação das novas cláusulas de salvaguard­a”.

Cristina Silva reside em Lisboa e decidiu, no ano passado, pedir uma atualizaçã­o do valor patrimonia­l da sua casa. As simulações que realizou previament­e indicavam que o VPT iria baixar, mas a carta que recebeu do seu serviço de Finanças, em março do ano passado, indicava o contrário: em vez de pouco mais de 84 mil euros, o seu apartament­o passou a valer, para efeitos fiscais, 104 mil euros. Tal como esta proprietár­ia, outros se apercebera­m desta ausência da habitual conta do IMI e vários solicitara­m apoio à Deco para perceber o que poderia estar na origem deste atraso.

Cristina, como os outros milhares de outros proprietár­ios, será “oportuname­nte” chamada a pagar esta primeira tranche do IMI. Ou seja, os avisos de pagamento serão feitos à medida que o VPT das casas estiver consolidad­o e devidament­e refletido nas matrizes e aquele cruzamento for efetuado.

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Fisco quer cruzar resultado de avaliações com nova cláusula de salvaguard­a

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