Fundos europeus dão “melhor” saldo dos últimos quatro anos
O défice público terá registado, no primeiro trimestre, o “melhor” valor dos últimos quatro anos, pelo menos, com a ajuda de centenas de milhões de euros em fundos europeus, que impulsionaram a receita total. Sem estas verbas, classificadas como “outras receitas correntes”, o défice até março teria ficado ao nível do mesmo período de 2016.
Segundo as Finanças, essa receita está a ser canalizada em forma de subsídios para as escolas e para a formação profissional. Do lado da despesa, fazendo aumento o défice, desta feita, o investimento público também está a dar sinal de vida, tendo subido 15% nos primeiros três meses do ano.
A Direção-Geral do Orçamento (DGO) destaca que “a execução orçamental das Administrações Públicas (AP) registou, até março de 2017, um défice de 358,4 milhões de euros, o que se traduz numa melhoria de aproximadamente 290,5 milhões de euros” face a igual período de 2016 (648,8 milhões de euros).
Esta “melhoria”, isto é, a redução para quase metade (-45%) no défice permite chegar aos 358 milhões de euros, o registo mais baixo neste arranque de ano das séries mensais da DGO, que remontam a final de 2013.
“A receita evidenciou uma inflexão na evolução homóloga [estava a descer 1,1% até fevereiro, começou a subir 1,9% em março], com particular destaque para as outras receitas correntes, influenciadas por um melhor desempenho da componente de transferências provenientes da União Europeia”, dizem as Finanças.
Do lado da despesa, o aumento de 53 milhões de euros “é motivado, em particular, pelas aquisições de bens e serviços da saúde e pelo investimento”. De facto, o investimento público, que durante todo o ano de 2016 esteve em declínio, voltou a subir, também ele muito apoiado por verbas europeias.
Os pagamentos em atraso ascendem a 990 milhões de euros, mas caíram 42 milhões.