Jornal de Notícias

Sarampo leva a IGAS a abrir um inquérito

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A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito para perceber as razões para a existência de menores taxas de vacinação em alguns centros de saúde. No dia em que se confirmou o 25.º doente com sarampo em Portugal, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, reconheceu que existem assimetria­s na taxa de imunização entre as regiões e recebeu o mandato do ministro da Saúde para proceder à uniformiza­ção das taxas.

“As regiões não são todas iguais, porque, até agora, têm sido conduzidas com uma vincada autonomia, que tornou, por vezes, difícil uniformiza­r taxas”, explicou ontem aos deputados, na audição na Comissão de Saúde do Parlamento sobre o surto de sarampo. Como cada unidade de saúde pública sabe quem não está vacinado, têm sido convocadas, via postal, centenas de crianças para fazê-lo. Portugal dispõe de 200 mil doses de vacina que são uma “reserva estratégic­a” para responder às necessidad­es de antecipaçã­o da vacinação, antes dos 12 meses e dos cinco anos, caso o médico de família considere necessário.

Francisco George crê que o sarampo não terá condições para provocar uma epidemia de larga escala em Portugal, pois a maioria das crianças está imunizada. Apesar da insistênci­a dos deputados, o diretor-geral da Saúde não deu opinião sobre se a vacinação deve ou não ser obrigatóri­a, por entender que a decisão cabe aos deputados que já estão a apreciar a proposta de lei de saúde pública.

Deixou, porém, a convicção de que, seja ou não decidido tornar a vacinação obrigatóri­a, deve aplicar-se a todo o programa e não apenas a algumas vacinas. Ainda assim, não poupa críticas à “moda bizarra, ao estilo hippie, de não vacinar crianças. Não é tolerável que os pais disponham do destino dos filhos em relação à vacinação e recusem o direito de a criança de ser protegida. Mais do que uma obrigatori­edade, há um dever social de proteger o filho e de afastá-lo do risco”.

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Francisco George critica pais que não cumprem “dever social” de vacinar os filhos

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