Portugal é o quarto país com mais abandono escolar

Mais de um terço dos adultos entre os 30 e os 34 anos têm um curso superior

Portugal é o quarto país europeu com mais alunos a abandonarem o ensino antes de concluírem o Secundário. Em 2016, essa taxa subiu três décimas (para os 14%) quebrando uma tendência de redução registada desde 2003.

De acordo com os dados divulgados ontem pelo Eurostat, Portugal conseguiu reduzir em em 24 pontos percentuais a taxa de abandono escolar nos últimos dez anos: de 38,5%, em 2006, para 14%, em 2016. O problema é que a taxa voltou a subir no último ano, o país não consegue descolar da cauda da Europa e ainda precisa reduzir mais o abandono até 2020 (para 10%) para cumprir a meta europeia.

A subida inesperada do abandono, divulgada pelo INE, em fevereiro, foi usada como arma de arremesso pelo PSD contra o Governo. António Costa, recorde-se, defendeu, nesse debate quinzenal, que o aumento se deveu à diminuição do desemprego jovem. Dias depois, num encontro de antigos ministros da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues também culpou o mercado de trabalho.

“O pior inimigo da escolaridade obrigatória é o mercado de trabalho desqualificado. É a pobreza que faz os jovens sentirem-se atraídos por um emprego precário de 300, 400 ou 500 euros”, afirmou a antiga ministra socialista.

A média europeia de abandono foi de 10,7%, em 2016. Pior que Portugal, só a Roménia (18,5%), a Espanha (19%) e Malta (19,6%). Os níveis mais baixos foram registados na Croácia (2,8%), na Lituânia (4,8%) e na Eslovénia (4,9%). Treze países já conseguiram alcançar as metas acordadas para 2020.

Relativamente aos adultos entre os 30 e 34 anos com ensino superior, Portugal subiu de uma taxa de 12,9%, em 2002, para os 34,6%, em 2016, ficando em 19.º lugar entre os 28 países europeus analisados pelo Eurostat e a 5,4% da meta para 2020. À semelhança do abandono, 13 países já alcançaram as suas metas. A média europeia, no ano passado, foi de 39,1%.