Carro suspeito pertence a mulher que não matou
Investigação Judiciária ainda procura condutor que atropelou adepto italiano em confronto entre claques
O carro utilizado no atropelamento mortal do adepto italiano durante os confrontos entre as claques do Benfica e do Sporting está em nome de uma mulher, mas que não era a condutora aquando dos incidentes. A viatura estava amolgada e foi apreendida, anteontem, pela Judiciária, numa moradia da Amadora.
O suspeito é um indivíduo já conhecido das autoridades policiais, associado a processos-crime na PSP, assim como por ligações aos “No Name Boys”. Vive na Amadora e a ligação ao dono da moradia resulta também do rela- cionamento com a claque do Benfica.
As imagens de videovigilância permitem fazer a ligação entre o carro e o atropelamento mortal. Porém, não são suficientes para identificar o condutor. As suspeitas sobre o indivíduo da Amadora têm por base testemunhos já recolhidos pela PJ de envolvidos na zaragata, mas falta agora realizar perícias sobre o veículo. Até lá, a prova que recai sobre o suspeito pode ser demasiado frágil para avançar para uma detenção. No entanto, a PJ já fez diligências suficientes para comprovar que se tratou de homicídio.
Vizinhos nada viram A casa onde estava guardado o Renault Clio apreendido pela PJ está fechada. Os vizinhos dizem que ali “não para ninguém há muito tempo”. E, de facto, ninguém responde, seja a que horas forem.
A vivenda fica na Avenida da Liberdade, nos Moinhos da Funcheira, Amadora, e não falta vizinhança e até tem um café ao lado, mas ninguém quer dizer muito. Uns estão com pressa ou de saída, outros adiantam logo que nada viram. Nem o carro a entrar, nem a sair, dizem que “só o aparato de anteontem, quando a “Judite” [Polícia Judiciária] foi buscar a viatura”.
Ainda assim, no café alguém avança que “aquilo é tudo gente que não se lhe deixa pôr a vista”. Ainda que, acrescenta outra vizinha, “a dona venha aí, de longe a longe, limpar a casa”.