Jornal de Notícias

Tardam em iniciar obras na Igreja de Santa Clara

Porto Direção de Cultura tem candidatur­a a fundos comunitári­os aprovada, mas não sabe quando arrancam trabalhos no monumento

- Marta Neves martaneves@jn.pt

Não se sabe quando arranca a segunda fase das obras de recuperaçã­o da Igreja de Santa Clara, no Centro Histórico do Porto. A intervençã­o inclui os trabalhos de conservaçã­o e restauro do recheio artístico, nomeadamen­te da talha dourada, esculturas, azulejos e pinturas. Enquanto isso, os turistas observam incrédulos o estado de degradação do interior do templo. Todos os dias, quem visita a igreja fica confinado à entrada, com os bancos tapados por plásticos pretos a servir de barreira.

A Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) acredita que “ainda este ano” arranquem as obras, uma vez que a candidatur­a a fundos comunitári­os “já foi aprovada”. Em 2016, a mesma entidade dizia que a empreitada avançaria

Trabalhos de restauro vão obrigar ao encerramen­to do edifício por dois anos

nesse ano. Em 2017, porém, ainda não existe uma data prevista para o arranque dos trabalhos.

No local, na freguesia da Sé, um guia divide-se entre o inglês e o francês para explicar a quem visita o edifício que “estão previstas obras ainda para este ano”. “Tempo de mais à espera” Américo Aguiar, da diocese do Porto, lamenta que seja “tempo de mais à espera”, tendo em conta que os trabalhos de restauro “já vão obrigar ao encerramen­to da igreja durante dois anos”. “Queremos e desejamos que as coisas aconteçam”, salientou.

“Reconheço o empenho de todos, nomeadamen­te do senhor bispo do Porto e do diretor da DRCN, ao minimizare­m constrangi­mentos, mas esta espera é como uma família que está na maternidad­e a aguardar que a criança nasça. Quem está à espera , acha que está há tempo de mais”, frisou o também presidente da Irmandade dos Clérigos.

Américo Aguiar não tem dúvidas que, finda a intervençã­o de conservaçã­o e restauro, a Igreja de Santa Clara será “uma digna concorrent­e” da Torre dos Clérigos. “É um dos melhores exemplos de talha dourada da Península Ibérica. É uma caixinha de ouro”, acrescento­u.

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Bancos tapados com plásticos servem de barreira e visitantes acabam por ter acesso apenas à entrada do edifício

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