Acordo com EDP dá desconto de 20 milhões
Gondomar Município fecha negociação com a empresa para pagar dívida antiga
As negociações mantinham-se desde 2014. Daí que Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar, não tenha dúvidas em afirmar que o acordo, que vai assinar hoje com a EDP e contribuirá para a saída do endividamento excessivo da Autarquia, é “o grande feito do mandato”. O Município conseguiu negociar a dívida “astronómica” de quase 50 milhões de euros que tinha com a empresa, propondo-se a pagar, de uma só vez, 28,8 milhões. A verba restante será perdoada.
Como contrapartida do acordo, a Câmara conseguiu ainda que a EDP substitua até 2021 as atuais lâmpadas por LED.
A regularização da dívida, com um desconto de 40%, deverá acontecer até ao final do mês de setembro, ou até 30 dias após o visto do Tribunal de Contas ao crédito que a autarquia vai ter que contrair junto da banca para saldar o montante em dívida. O empréstimo será pago em 20 anos.
Desta forma, a Câmara de Gon- domar deixará de ser a maior devedora da EDP. Para trás, fica um historial pesado da dívida, sobretudo entre 1982 a 1997, em que o valor chegou aos 70 milhões.
“Foram 15 anos de várias gestões, de vários presidentes. Ninguém está isento de culpas”, referiu Marco Martins, preferindo salientar que com este acordo “além de o Município poupar 20 milhões de euros, vai permitir sair do endividamento excessivo”.
Contas feitas, o presidente estima que “Gondomar saia da linha vermelha das contas dentro de dois a três meses”, sublinhando que o Município foi capaz de abater à dívida cerca de 50 milhões”.
“Coragem política” Contactado pelo JN, Rui Quelhas, líder da vereação do PSD – que ontem votou a favor da proposta para a contratação do empréstimo – salientou a “coragem política” do socialista Marco Martins, lembrando que “o que era normal era haver políticos que empurravam os problemas com a barriga”.
“Estou sempre de acordo quando libertamos gerações futuras das dívidas, antecipando pagamentos. Mais do que tudo, este acordo é útil, porque vai permitir que a Câmara possa negociar com quem quiser nas melhores condições”, reforçou Quelhas, explicando que faz “oposição construtiva”. Diogo Tavares, também do PSD, que substituiu a vereadora Maria João Marinho, absteve-se .
Joaquim Barbosa, da CDU, explicou que se absteve da votação por não ter “dominado todo o processo”.