Prontos para irem “até ao fim”
Coreia do Norte Executivo de Kim Jong-un não desarma face aos Estados Unidos
A tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos não pára de aumentar. Ontem, a missão norte-coreana para as Nações Unidas afiançou, em comunicado, que o país “está pronto para ir até ao fim” no confronto com os norteamericanos. Pyongyang afirma que está em condições de atacar bases dos EUA, cujo Governo “está a tentar que a Coreia do Norte se submeta, deslocando ininterruptamente meios para as águas ao largo da península coreana”. “Mas este tipo de intimidação e de chantagem não nos assusta”.
Aliás, a China, aliada do Executivo liderado por Kim Jong-un, voltou, também ontem, a pedir aos Estados Unidos para pararem com os exercícios militares na Coreia do Sul. “A continuação dos testes nucleares [da Coreia do Norte] viola as resoluções da ONU, mas as manobras militares em redor da península não as respeitam”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, em Berlim, após um encontro com o homólogo alemão, Sigmar Gabriel.
Sobre os riscos de um eventual conflito armado, Wang Yi considerou que “mesmo um risco de 1% não pode ser tolerado”, porque uma guerra teria consequências “inimagináveis”.
De qualquer forma, a Coreia do Sul anunciou ter instalado partes não especificadas do sistema de defesa antimíssil norte-americano (THAAD), numa iniciativa que a China e a Rússia desaprovam. Pequim considera mesmo que o THAAD tem capacidade para reduzir a eficácia dos seus sistemas de mísseis.
A Coreia do Norte realizou anteontem exercícios de artilharia com fogo real de grande dimensão, por ocasião do 85.º aniversário do exército. Fontes do Governo sul-coreano, citadas pela agência Yonhap, indicaram que se acredita que o simulacro, realizado perto da cidade de Wonsan, pode ter sido um dos maiores exercícios com fogo real levado a cabo por Pyongyang até à data.