Jornal de Notícias

“Ajuste Secreto” Hermínio Loureiro paga 60 mil para sair em liberdade

Operação Ajuste Secreto Hermínio Loureiro proibido de falar com arguidos e de frequentar empresas e Autarquia de Oliveira de Azeméis

- Catarina Silva Salomão Rodrigues * justica@jn.pt * COM NUNO MIGUEL MAIA

A juíza de instrução criminal de Santa Maria da Feira contrariou a proposta do Ministério Público e recusou prisão preventiva para Hermínio Loureiro e mais quatro arguidos, no âmbito da operação Ajuste Secreto. Após sete noites a dormir nas celas da cadeia anexa à Polícia Judiciária (PJ) do Porto, o ex-autarca de Oliveira de Azeméis foi libertado e fica sujeito a uma caução de 60 mil euros, não pode contactar com os demais arguidos e outras pessoas ligadas aos atos suspeitos e fica ainda proibido de permanecer nas instalaçõe­s da câmara oliveirens­e e de várias empresas.

Existem “fortes indícios” de o também ex-secretário de Estado e atual vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol ter praticado nove crimes: dois ilícitos de corrupção passiva, a par do seu ex-secretário e “homem de confiança”, José Francisco Oliveira (“Zito”); cinco ilícitos de prevaricaç­ão; um de tráfico de influência e um de detenção de arma proibida.

Os empresário­s João Moura de Sá (também ex-deputado do PSD) e António Reis (da Paviazeméi­s) ficaram ambos sujeitos a caução de 50 mil euros. Sá é suspeito de quatro crimes de corrupção ativa e fica ainda proibido de falar com os coarguidos e outras pessoas. Por sua vez, Reis está indiciado por sete crimes de corrupção ativa, um de prevaricaç­ão e, além da proibição de contactos, não poderá frequentar as instalaçõe­s de cinco câmaras: Oliveira de Azeméis, Gondomar, Matosinhos, Estarreja e Albergaria-a-Velha, que foram alvo de buscas pela PJ.

A juíza Ana Cláudia Nogueira também sujeitou Isidro Figueiredo a uma caução, no valor de 15 mil euros. O autarca oliveirens­e é suspeito de um crime de corrupção passiva, seis de prevaricaç­ão e um de tráfico de influência. Pode continuar em funções, mas não pode falar com os restantes arguidos e fica proibido de frequentar certas empresas.

Quem não fica obrigado a prestar caução é José Francisco Oliveira (“Zito”), homem de confiança de Hermínio, e Isidro, secretário da Autarquia e líder do PSD de Oliveira de Azeméis. Fica suspenso de funções, inibido de contactos com suspeitos e proibido de frequentar instalaçõe­s da Autarquia, juntas de freguesia

Empresário proibido de frequentar câmaras de Gondomar, Matosinhos, Estarreja e Albergaria-a-Velha

e clubes desportivo­s de Oliveira de Azeméis.

Atemorizad­os com a prisão preventiva proposta pelo Ministério Público, os advogados revelaram satisfação face à decisão da juíza. Carlos Ribas, defensor de António Reis, disse, no entanto, que irá “ajuizar sobre a adequação e proporcion­alidade das medidas coativas”.

Já Graça Rodrigues, advogada de “Zito”, afirmou que “no cômputo geral as medidas não foram desproporc­ionais, até pelo contrário, foram muito equilibrad­as”.

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Hermínio foi libertado após dormir sete noites na cadeia anexa à PJ do Porto

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