Matemática mais difícil que na 1.ª fase
Estudantes que pretendiam subir nota saem desiludidos com a prova
A 2.ª fase do exame nacional de Matemática A deixou muitos alunos desiludidos. Pelo menos, a avaliar pelas reações dos estudantes da Escola Secundária D. Maria II, em Braga, que saíram portões fora, ao fim de quase três horas de exercícios, a falar de uma prova “mais difícil” do que na primeira fase.
“A opinião geral é que não vai haver muitas melhorias”, afirmou Diogo Claro, que precisa de uma positiva no exame de Matemática para poder ingressar na universidade, no curso de Engenharia Têxtil. Na 1.ª fase, “correu mal” e tirou 8,9 valores. Agora, mesmo com uma prova “um bocadinho mais difícil do que a anterior”, espera ultrapassar os 12 valores.
“Mantive-me a estudar entre os dois exames e e correu melhor agora. Mas alguns exercícios eram mais difíceis de perceber. Tínhamos mais trabalho inter- médio para chegar ao resultado final”, explicou, sublinhando que o tempo da prova, ainda assim, foi suficiente. “Na primeira fase, nem tive tempo de fazer um exercício”, recorda.
Ao seu lado, João Carlos Pinto ironizava: “Eu acho que vou tirar 20”. Na verdade, o estudante, que ainda não decidiu a área académica que quer seguir, inscreveu-se para tentar melhorar a nota da 1.ª fase, 11 valores, mas saiu com as expectativas defraudadas. “As escolhas múltiplas eram mais puxadas. Tinha perguntas de nível mais avançado. Os amigos com quem falei tinham a mesma opinião. Esta segunda fase não acredito que vá ajudar a melhorar notas”, afirmou, confessando, ao mesmo que não se dedicou ao estudo para o exame de ontem.
Já Pedro Araújo discordou que a escolha múltipla fosse mais difícil, mas assentiu que o segundo grupo de perguntas “foi mais complicado”. “Vim para fazer melhoria, porque é uma prova de ingresso e pode ser preciso. Mas não vou conseguir mais de 12,5”, considerou o aspirante ao curso de Engenharia e Gestão de Sistemas de Informação, na Universidade do Minho. “Acho que a minha média chega, mas ainda tenho que fazer contas”, admitiu.
Segundo os dados do Ministério da Educação, dos 24 241 alunos inscritos, 23 018 marcaram presença, ontem, na prova de Matemática A, com vista a entrar no Ensino Superior. Isto é, quase metade dos 49 298 dos inscritos na 1.ª fase. Destes, 34 612 eram a internos e tiveram uma taxa de reprovação de 13%. Dos autopropostos (14 686), apenas 28% conseguiram positiva. No geral, a média do exame da primeira fase foi de 11,5 valores, mais três décimas do que no último ano.
Nesta fase, a média dos quase 50 mil alunos inscritos foi de 11,5 valores